Desgaste físico é a principal causa de mortes por afogamentos, diz tenente
Somente até a terceira semana de novembro, o Corpo de Bombeiros atendeu 53 ocorrências desse caso
Desgaste físico é a principal causa de mortes por afogamentos, explicou o tenente do Corpo de Bombeiros, Paulo Lima. Conforme a corporação, até a terça-feira (19), em MS foram registradas 53 ocorrências envolvendo o salvamento em piscinas, balneários e rios.
RESUMO
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O tenente do Corpo de Bombeiros Paulo Lima destacou que o desgaste físico é a principal causa de mortes por afogamentos, com 53 ocorrências registradas em 2024 em Mato Grosso do Sul, sendo a maioria em balneários, rios e piscinas. A faixa etária mais afetada é de 16 a 20 anos e acima de 66 anos. Em 2023, foram 70 atendimentos, com 12 mortes. O tenente recomenda que a vítima mantenha a calma, flutue e acene por socorro, evitando gritar e se debater, enquanto orientações para quem presencia um afogamento incluem acionar o Corpo de Bombeiros e usar objetos flutuantes para ajudar a vítima sem entrar na água, a menos que seja absolutamente necessário.
Para o Campo Grande News, o Corpo de Bombeiros informou que os meses que mais ocorreram afogamentos em 2024, foi outubro (9), novembro e fevereiro (8), setembro e março (6). Ainda foi informado que a faixa etária mais atendida é entre os 16 e 20 anos e de 66 anos para mais.
Enquanto em 2023, foram atendidos 70 afogamentos, sendo os maiores números de ocorrências registradas em setembro (12), janeiro (10), novembro (9) e outubro e dezembro (8).
Conforme a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde), as UPAs (Unidades de Pronto Atendimento) e os CCRs (Centro de Referência em Saúde) da Capital atenderam 26 vítimas em 2023 e 20 em 2023. Sendo registradas, neste ano, cinco mortes por afogamento. No ano anterior, 12 pessoas morreram.
“Além disso, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) reportou 60 ocorrências de afogamentos no mesmo período, com 28 casos em 2023 e 32 em 2024”, complementa a Sesau.
A Santa Casa registrou uma morte por afogamento em 2024 e nenhuma em 2023. O hospital ainda atendeu três vítimas neste ano e outras 11 no ano passado.
Segundo o tenente do Corpo de Bombeiros, a maioria dos afogamentos atendidos pelos militares ocorrem em balneários, rios e em piscinas. Sendo que no caso das piscinas, a maioria das vítimas são crianças “por falta de supervisão ou por ainda estarem aprendendo a nadar”.
Enquanto nos rios, as vítimas se afogam por não saber nadar ou pela ingestão de bebidas alcoólicas e “acabam criando coragem para entrar no rio”.
O que fazer - “Se a pessoa for a vítima do afogamento, a pessoa deve manter a calma. Porque a maioria das pessoas que morrem por sofrer um afogamento são por desgaste físico, na luta para sobreviver”, diz o tenente.
Paulo ainda orienta que em vez de começar a gritar de imediato, a vítima poupe fôlego e peça ajuda apenas quando de fato visualizar uma pessoa que a possa ajudar. Em vez disso, a vítima deve flutuar e acenar por socorro.
Se a pessoa que está se afogando começa a gritar e se debater, irá acelerar o cansaço e acaba acelerando o processo de afogamento. Nesse momento em que está boiando é tentar se direcionar com tranquilidade para alguma margem ou algum banco de areia”
Também é dito que se o afogamento está acontecendo em um rio, deve-se manter os pés sempre à frente da cabeça. “Quando estiver flutuando também deve ser deixado o corpo ser levado pela correnteza como uma maneira de defesa. Caso tenha pedras ou alguma coisa assim, tem que procurar manter os pés em frente a cabeça”.
Como ajudar - O tenente Paulo explica que tanto quem presencia uma pessoa se afogando, quanto a vítima de afogamento precisam manter a calma. Apesar da principal orientação dada pelo agente de salvamento ser acionar o Corpo de Bombeiros de imediato, pelo 193, o militar diz que há formas de ajudar até a chegada do socorro.
“Pode-se tentar retirar aquela pessoa que está se afogando, sem a necessidade de entrar na água. Tentar lançar uma boia, uma prancha, algum objeto que venha permitir que aquela vítima venha a flutuar e manter ele na superfície da água até que seja feita a devida retirada”, orienta.
Entrar na água para socorrer a vítima deve ser realizado apenas em último caso, se no local não há salva-vidas ou equipamentos necessários para que a pessoa consiga boiar. Nesse caso o tenente explica que o contato direto deve ser evitado.
É preciso evitar o contato direto, de frente com a vítima quando for fazer a retirada da água. A abordagem deve ser sempre feita por trás, pelas costas, para evitar que aquele afogado venha afogar também que está fazendo o socorro. Mas lembrando sempre, se não tiver condições e não souber nadar, não se deve entrar na água para não se tornar outra vítima”.
Paulo ainda explica que no caso do afogamento ocorrer em rios, as orientações são as mesmas. Porém, o tenente explica que até garrafas e placas de isopores podem ser usadas para auxiliar no salvamento, quando não há boias e pranchas flutuadoras.
“Se juntar várias garrafas pets vazias, elas serviriam como um meio de flutuação. Você deve amarrar cordas para que você consiga lançar esse objeto flutuador para a vítima e conseguir puxar essa pessoa para fora”, explica.
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