Dono do Shopping China diz que viajava quando teria ocultado US$ 500 mil
Felipe Cogorno Alvarez prestou depoimento ao Ministério Público paraguaio
Com prisão decretada pela Justiça Federal do Rio de Janeiro na operação Patrón, uma das fases da Lava Jato, Felipe Cogorno Alvarez, diretor do Grupo Cogorno, administrador do Shopping China, disse ao Ministério Público paraguaio que estava em Londres, Inglaterra, na data em que teria ajudado o doleiro Najun Turner para ocultar US$ 500 mil.
Segundo publicado pelo site Capitan Bado, Cogorno prestou depoimento nesta segunda-feira (30), acompanhado de seu advogado, à unidade de delitos econômicos e anticorrupção do Ministério Público do Paraguai.
Dono da maior loja de importados da América Latina, localizado em Pedro Juan Caballero, cidade vizinha de Ponta Porã, Cogorno apresentou documentos que, segundo ele, provam que estava em Londres, onde suas filhas estudam, no dia 29 de janeiro de 2019.
Pela investigação, Cogorno teria recebido os 500 mil dólares neste dia, da noiva de Dario Messer - conhecido com o “doleiro dos doleiros” -, Myra de Oliveira Athayde, em escritório de Assunção, capital do Paraguai.
Cogorno apresentou às autoridades do país vizinho cópias de passagens aéreas, carimbos em passaporte e certificado de movimento migratório. Pelos documentos, ele teria deixado o Paraguai no dia 27 de janeiro e retornado somente no dia 13 de fevereiro.
O empresário defendeu ainda que conhece “socialmente” Dario Messer. Já sobre Najun Turner, Cogorno disse que tem amizade há mais de 25 anos, mas que nunca fez negócios com ele.
O dono da loja de importados também justificou que não conhece e nunca trocou mensagens ou ligações com Myra Athayde.
Para Cogorno, ainda em depoimento ao Ministério Público do Paraguai, as investigações têm “claras intenções de prejudicar sua imagem e sua grande trajetória comercial.
Histórico - No último 19, depois de ter salvo-conduto do TRF 2 (Tribunal Regional Federal da 2ª Região) negado, Felipe Cogorno Alvarez viu indeferido liminarmente habeas corpus no STJ (Superior Tribunal de Justiça).
Ele foi denunciado pelo MPF (Ministério Público Federal) do Rio de Janeiro por organização criminosa e lavagem de dinheiro. A lista tem 19 pessoas, acusadas de formar uma organização especializada em lavagem de dinheiro e outros crimes que operava pelo menos desde os anos 2000.
Sob o comando de Dario Messer, era praticado câmbio ilegal, evasão de divisas e lavagem de dinheiro.
Na fase do inquérito policial, a defesa de Cogorno alegou que o documento era “uma colcha de retalhos na qual nenhum pedaço combina com o outro, um Frankenstein em que nenhuma parte se encaixa, formando um corpo disforme e sem vida”.
Em Ponta Porã, também foi alvo da operação a família Mota, com forte atuação no ramo da pecuária.