Em "cenário epidêmico", MS é 3º em incidência de dengue no Brasil
Tocantis, Acre e MS estão entre os estados maior número da doença, segundo classificação divulgada hoje pelo Ministério da Saúde
Mato Grosso do Sul é o terceiro caso em incidência de dengue no País, sendo classificado como “cenário epidêmico”, segundo o coordenador do Departamento de Dengue do Ministério da Saúde. A classificação foi citada hoje, em entrevista coletiva.
Os números registrados pelo governo federal ainda não foram atualizados e, por isso, o ranking ainda pode ser mais desfavorável ao Mato Grosso do Sul. Segundo a Secretaria Estadual de Saúde, até dia 21 de março, foram notificados 14.060 casos de dengue em MS.
Pela tabela atual divulgada pelo ministério, já defasada, Mato Grosso do Sul está com 10.116 notificações de dengue, o que representa 368,1 casos/100 mil habitantes; ficado na terceira posição no ranking nacional. O primeiro lugar é do Tocantins (602,9 casos/100 mil habitantes), seguido do Acre (422,8 casos/100 mil habitantes).
Ainda com base nos dados do MS, o número de casos de dengue, contabilizados em 10.116, aumentou 912,6% este ano, se comparado até a 11ª semana de 2018, quando foram registrados 999 casos da doença. Os de chikungunya passaram de 72 para 88 e os de zyka tiveram queda, de 26 para 23.
Said disse que os três estados apontam “cenários epidêmicos”, por estarem acima da classificação limite de 300 casos/100 mil habitantes. Segundo o coordenador, os dados são agregados e essa situação pode apresentar diferenças dentro do próprio estado.
“Primeiro, foram registrados em Três Lagoas, depois avançaram para região central, concentrando-se na Capita e existe agora ocorrência relevante na região de Dourados”, explicou Said.
Na semana passada, uma equipe do Ministério da Saúde esteve em Campo Grande para acompanhar os trabalhos desenvolvidos pelas equipes de saúde e avaliar o pedido de decreto de emergência. Duas pessoas morreram na Capital em decorrência da doença, sendo idosos de 72 e 78 anos.
O coordenado do ministério disse que o pedido de decreto está sendo avaliado e segue para tramitação interna e não deu prazo para que seja ratificado pelo governo federal.
Said explicou que, quando esteve em Campo Grande, a equipe do governo federal pediu que os trabalhos sejam focados no reforço de ações de controle, priorizando áreas de maior circulação da doença, enfocar na necessidade de hidratação dos pacientes e valorizar sinais de alarme para complicações da doença, como forte dor abdominal e febre.
Segundo o Ministério da Saúde, a maior incidência, agora, é da dengue tipo 2, em decorrência do baixo índice desse tipo em outros anos. “A população está mais susceptível, por não ter proteção a este sorotipo”.