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Cidades

Em MS, 27% recorrem a soluções precárias de esgoto

Além disso, outros 10,31% dos moradores do Estado não possuem coleta de lixo domiciliar

Por Jhefferson Gamarra | 23/02/2024 12:45
Banheiro improvisado em um área de favela em Campo Grande (Foto: Marcos Maluf/Arquivo)
Banheiro improvisado em um área de favela em Campo Grande (Foto: Marcos Maluf/Arquivo)

O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgou nesta sexta-feira (23) os resultados do Censo Demográfico 2022 para Mato Grosso do Sul, revelando avanços no acesso ao esgotamento sanitário no estado, mas ressaltando desigualdades persistentes, tanto em termos locais quanto relacionadas à cor ou raça da população.

O acesso à água potável teve aumento de 4,3% de crescimento desde o último censo em 2010. A rede geral de abastecimento é predominante em 87,20% dos domicílios, alcançando 2,7 milhões de pessoas. Entre os municípios, Ladário lidera o ranking, com 96,59%, seguido por Campo Grande, com 95,00%, Naviraí, com 94,93%, Chapadão do Sul, com 93,93% e Três Lagoas, com 93,87%.

A pesquisa trouxe dados referentes ao esgotamento sanitário em domicílios equipados com banheiro ou sanitário, destacando que a modalidade mais prevalente em Mato Grosso do Sul foi o "rede geral ou pluvial". No ano de 2022, 45,8% da população, representando 462,8 mil domicílios e 1,25 milhão de pessoas, adotava esse tipo de esgotamento. Além disso, 3,1% da população utilizava fossa séptica ou fossa filtro ligada à rede, onde o esgoto passa por uma solução individual antes de ser destinado à rede geral.

A combinação dessas duas categorias, "rede geral ou pluvial" e "fossa séptica ou fossa filtro ligada à rede", engloba os domicílios conectados a serviços públicos de coleta e afastamento de esgoto domiciliar. Em 2022, 48,9% da população sul-mato-grossense era atendida por rede coleta de esgoto, marcando um aumento de 114% desde 2010.

A nível nacional, Mato Grosso do Sul ocupa a 13ª posição no ranking de domicílios atendidos por rede de coleta de esgoto, com São Paulo liderando (90,77%) e o Amapá registrando a menor proporção (10,95%).

Um contingente de 23,4% da população residia em domicílios onde o esgotamento sanitário ocorria por "fossa séptica ou fossa filtro não ligada à rede", considerada adequada pelo Plano Nacional de Saneamento Básico. A soma da população atendida por esgotamento por rede ou fossa séptica atingiu 72,4% em 2022, colocando MS na 10ª posição entre os maiores percentuais, com São Paulo e o Distrito Federal liderando.

Os 27,49% restantes da população vivem em domicílios com soluções de escoamento sanitário mais precárias, como "fossa rudimentar ou buraco", "rio, lago, córrego ou mar", "vala" e "outra forma".

Em 64 municípios do estado, menos da metade da população tinha coleta de esgoto, com São Gabriel do Oeste, Três Lagoas e Bonito apresentando os maiores percentuais, enquanto Jaraguari, Sete Quedas e Água Clara figuravam entre os de menor acesso ao serviço. Considerando os requisitos do Plano Nacional de Saneamento Básico, em 41,7% dos municípios, menos da metade da população residia em domicílios com esgotamento por rede coletora ou fossa séptica.

Coleta de lixo – Ainda de acordo com a pesquisa, em Mato Grosso do Sul, dos aproximadamente 980 mil domicílios contabilizados, 90,33% (885 mil) tiveram seu lixo coletado de alguma forma. Do ponto de vista dos moradores que têm acesso ao serviço, 2,45 milhões de pessoas eram atendidas pela coleta de lixo (89,7%). Esse número inclui os 87,8% cujo lixo é coletado no domicílio e os 1,9% que depositam seu lixo em caçamba de serviço de limpeza, sendo recolhido posteriormente pela empresa responsável.

Lixo acumulado em área de ocupação em Campo Grande (Foto: Henrique Kawaminami)
Lixo acumulado em área de ocupação em Campo Grande (Foto: Henrique Kawaminami)

Em outras categorias, 8,44% da população residem em domicílios onde o lixo era queimado na propriedade, enquanto 1,13% optavam por enterrá-lo, 0,14% o descartavam em terreno baldio, encosta ou área pública, e 0,60% destinavam o lixo a outros destinos.

O percentual total de coleta de lixo, atingindo 89,7%, representa um aumento de 4,3% (3,7 pontos percentuais) em comparação com 2010 (86%), posicionando Mato Grosso do Sul na 13ª posição entre os Estados.  São Paulo (99%) e o Distrito Federal (98,8%) lideram, enquanto Maranhão (69,83%) e Piauí (73,36%) apresentam os menores índices.

Ao analisar o acesso à coleta de lixo por cor ou raça, observa-se que 93,1% das pessoas brancas, 92,9% das pessoas pretas, 96% das pessoas amarelas, 90,8% das pessoas pardas e 26,4% das pessoas indígenas tinham acesso ao serviço.

No âmbito municipal, Campo Grande se destaca com o maior percentual de coleta de lixo (99,23%), enquanto Japorã apresenta o menor índice (24,41%). Os cinco melhores e piores percentuais de coleta de lixo estão detalhados no quadro abaixo:

PosiçãoMunicípio%PosiçãoMunicípio%
1Campo Grande (MS)99,2375Itaquiraí (MS)54,29
2Três Lagoas (MS)97,9676Paranhos (MS)48,88
3Ladário (MS)96,8977Jaraguari (MS)47,13
4Naviraí (MS)96,5978Tacuru (MS)36,43
5Costa Rica (MS)96,5479Japorã (MS)24,41


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