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Cidades

Encontrada por R$ 240, vacina contra a dengue só é aplicada na rede particular

Por orientação da OMS e Anvisa, imunizante só é aplicado em quem já teve a doença anteriormente

Guilherme Correia | 11/05/2022 11:15
Vacina contra a dengue só é aplicada em laboratórios particulares no Brasil. (Foto: Reprodução/Gazeta do Povo)
Vacina contra a dengue só é aplicada em laboratórios particulares no Brasil. (Foto: Reprodução/Gazeta do Povo)

A dengue é uma doença transmitida pelo mosquito Aedes aegypti e acomete milhares de sul-mato-grossenses todos os anos, além de registrar vítimas em decorrência dos sintomas mais graves. Há uma vacina aprovada no Brasil para conter esses sinais, mas diferente de outras enfermidades, como a covid-19, gripe ou sarampo, a imunização não é oferecida na rede pública e é restrita a alguns grupos.

As pesquisas do imunizante vêm de muito tempo, mas a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) permite apenas a Dengvaxia, do laboratório francês Sanofi Pasteur, que foi a primeira registrada no mundo.

Encontrada em laboratórios particulares por R$ 240, no Laboratório Bioclínico, mesmo preço cobrado pelo Laboratório Sabin, por exemplo, o fármaco não tem previsão de ser incluído no rol de vacinas do SUS (Sistema Único de Saúde).

Segundo a fabricante, a vacina confere imunidade de longa duração para os quatro sorotipos da dengue, prevenindo aproximadamente oito em cada 10 casos de dengue grave e com risco de hospitalização.

Por recomendação da OMS (Organização Mundial da Saúde), a Anvisa não indica a Dengvaxia para quem nunca entrou em contato com o vírus da dengue. Ou seja, somente quem já teve dengue uma vez, está apto a receber a proteção.

Estudos da Sanofi Pasteur indicam que os indivíduos soronegativos que tomaram a vacina apresentaram, em longo prazo, mais casos da forma grave da dengue, após uma infecção pela doença.

A vacina é indicada para indivíduos de nove a 45 anos com infecção prévia por dengue e tem esquema de administração de três doses, que devem ser intercaladas em intervalo de seis meses.

O presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia, Alberto Chebabo, declarou que a vacina contra a dengue é uma ferramenta que facilita a aplicação dos que desejam se proteger, mas não em campanhas de vacinação em massa, já que é preciso teste sorológico para constatar se o indivíduo, de fato, teve dengue.

Em 2018, a vacina chegou a ser oferecida via SUS no Paraná, em uma região específica, mas a campanha foi interrompida. Procurada, a SES (Secretaria Estadual de Saúde) de Mato Grosso do Sul ressalta que somente o Ministério da Saúde, por meio do PNI (Programa Nacional de Imunização), pode inserir nova vacina no calendário nacional de imunização.

Outras vacinas - Em abril do ano passado, a farmacêutica Takeda enviou à Anvisa a solicitação do registro da vacina TAK-003 contra a dengue, com objetivo de vacinar pessoas de quatro a 60 anos, mesmo quem não teve a arbovirose. Segundo o órgão federal, o pedido de registro segue em análise.

Além disso, o Instituto Butantan vem desenvolvendo uma vacina contra a dengue há mais de 10 anos, em parceria com o NIH (Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas dos Estados Unidos). Os estudos estão em fases finais, mas a pesquisa deve ser finalizada até 2024.

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