Apps falsos e e-mails com erros: veja golpes comuns em tempo de declaração do IR
Advogada fala sobre as investidas fraudulentas e o que fazer caso você caia em uma
Falso aplicativo do Imposto de Renda, e-mails alegando erros na declaração e sites que prometem antecipar a restituição. Esses são alguns dos golpes aplicados em nome da Receita Federal, principalmente durante o período de envio das declarações do IR.
RESUMO
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A Receita Federal alerta para golpes aplicados em seu nome, especialmente durante o período de declaração do Imposto de Renda. Golpistas utilizam e-mails, aplicativos falsos e sites fraudulentos para obter dados pessoais e financeiros dos contribuintes. A advogada Larissa Brandão explica que essas fraudes, conhecidas como phishing, criam ambientes falsos para enganar as vítimas. A Receita recomenda baixar aplicativos apenas de fontes oficiais e desconfiar de mensagens suspeitas. Em caso de golpe, é crucial contatar o banco e registrar um boletim de ocorrência. A atenção a detalhes pode prevenir fraudes.
Para enganar os contribuintes, os golpistas usam diferentes subterfúgios. A dica é ficar atento a mensagens que solicitam dados pessoais ou que venham acompanhadas de arquivos anexos e links suspeitos.
A presidente da Comissão de Direito do Consumidor da OAB/MS, Larissa Brandão, fala sobre as fraudes mais populares, os riscos que elas trazem e como se prevenir. “Esses mandando mensagens, seja por e-mail, por SMS, realmente é muito comum. Eles têm utilizado bastante da própria Receita, Procon, informando que tem taxas”, afirma.
No exemplo da Receita Federal, a advogada cita que as fraudes associadas à instituição não se restringem apenas ao IR, mas também a devoluções de mercadorias presas na alfândega. Nesses casos, os golpistas oferecem o pagamento de tarifas como opção para que o contribuinte tenha prioridade na liberação do pacote ou da restituição.
O e-mail do contribuinte é, na maioria das vezes, o canal utilizado, conforme esclarece a advogada. “Eles utilizam esses próprios links, boletos muito similares, então a pessoa não presta atenção quando está recebendo o e-mail. Porque, se você analisa o destinatário, logo percebe que não é institucional”, pontua.
Para contextualizar essa técnica, Larissa utiliza o termo Phishing, que é um tipo de fraude eletrônica. “A ideia é justamente criar um ambiente muito similar para fazer essa ‘pesca’. A pessoa, na correria que estamos hoje, não está 100% atenta e acredita se tratar de algo verdadeiro”, completa.
Alertas - A Receita Federal, por meio dos canais oficiais do governo, já emitiu diversos alertas sobre tentativas de golpes e fraudes. A reportagem traz como exemplo alguns casos registrados entre 2023 e 2024. No ano passado, o órgão publicou um alerta sobre aplicativos falsos usados para realizar a declaração do IR.
“Campanhas maliciosas foram identificadas, visando induzir os usuários a baixar e instalar aplicativos falsos através das lojas de aplicativos para dispositivos móveis, como a Google Play Store para Android ou a App Store para iOS. Este alerta foi emitido pelo Centro de Prevenção, Tratamento e Resposta a Incidentes Cibernéticos de Governo (CTIR Gov)”, informa um dos comunicados.
Para evitar esse tipo de golpe, a orientação é que o contribuinte baixe apenas o aplicativo disponível no site da Receita Federal. Outro golpe identificado em 2023 envolvia e-mails que informavam erros nas declarações dos contribuintes. Na mensagem, os golpistas afirmavam que havia instruções detalhadas para correção em um arquivo PDF que precisava ser baixado.
“Por meio dessas mensagens falsas, quadrilhas especializadas em crimes pela internet podem obter ilegalmente informações fiscais, cadastrais e financeiras dos contribuintes, ou instalar programas nos computadores que captam e enviam informações pessoais. Essas práticas criminosas têm se tornado cada vez mais sofisticadas”, informa outro trecho publicado pelo órgão.
Também foi identificado que alguns sites estavam prometendo antecipar a restituição, mediante pagamento de taxas para acelerar o procedimento, além do golpe da "Malha Fina".
A advogada Larissa Brandão aponta que, na era digital, os consumidores ficaram mais vulneráveis a ações fraudulentas, o que é agravado pela falta de formas seguras de pagamento – como nos golpes vinculados a contas bancárias. “Se a gente tivesse formas de pagamento seguras, conforme determina o Banco Central, não haveria esse meio facilitado para os golpistas aplicarem os golpes. Como eu falei, todo dia tem um golpe diferente”, destaca.
O que fazer se cair em um golpe?
Caso caia em um golpe, a advogada orienta que as vítimas acionem imediatamente o banco responsável. “A primeira pessoa que ela tem que avisar é o banco, porque ele pode adotar medidas para recuperar o valor, bloquear operações e impedir o acesso. Depois do banco, vá à polícia e registre um boletim de ocorrência”, frisa.
Larissa reforça que, em caso de dúvidas sobre e-mails, mensagens ou qualquer outro contato em nome da Receita Federal ou de qualquer instituição, o ideal é sempre buscar fontes oficiais. “Se tiver dúvida, a melhor coisa é pesquisar no Google, pelo site institucional, porque certamente lá já vai estar escrito”, conclui.
Fique atento às orientações da Receita Federal:
Desconfie de e-mails ou mensagens de remetentes desconhecidos que pedem dados pessoais, principalmente ligados à declaração do IR.
Nunca clique em links suspeitos, pois podem levar a sites maliciosos ou baixar vírus no seu dispositivo.
Não abra anexos de remetentes desconhecidos — eles costumam ser programas que comprometem a segurança do seu computador.
Confirme sempre a autenticidade das mensagens que parecem ser da Receita. O órgão se comunica, principalmente, pelo Portal e-CAC e pelo site institucional.
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