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Cidades

Festas na pandemia são “bordoada na boca do estômago”, diz secretário

Geraldo Resende voltou a lamentar desrespeito ao isolamento, recomendado para evitar contágio pela covid-19

Jones Mário | 17/08/2020 11:49
Secretário estadual de Saúde, Geraldo Resende, durante transmissão ao vivo (Foto: Edemir Rodrigues/Governo de MS)
Secretário estadual de Saúde, Geraldo Resende, durante transmissão ao vivo (Foto: Edemir Rodrigues/Governo de MS)

As reincidentes festas em Campo Grande durante o período de pandemia de novo coronavírus chatearam o titular da SES (Secretaria Estadual de Saúde), Geraldo Resende, que comparou os eventos a uma “bordoada na boca do nosso estômago”.

A frase foi dita em transmissão ao vivo, hoje (17). Segundo ele, as festas tem deixado “preocupados” e “muito mal” os 59 mil servidores da Saúde no Estado e agentes de Segurança Pública.

O estopim para o lamento foi festa no residencial de luxo Damha 3, na região leste da Capital, durante a madrugada de sábado (15). O evento tinha música ao vivo com volume acima do permitido e reuniu pelo menos 20 pessoas.

Reincidente, o dono da casa foi preso e pagou fiança de R$ 200 mil para responder em liberdade. Ele já havia sido multado administrativamente pelo condomínio em outras 14 oportunidades.

Ontem (16), Geraldo Resende já havia apelado por “compaixão” para evitar festinhas, aglomerações e confraternizações.

Em recado direto aos mais ricos, o secretário perguntou, também no domingo (16): “Será que fazem estas festinhas porque as mortes acontecem em maior número com os mais pobres, na periferia? Ou com os anciões da população indígena, que estão sendo dizimados?”.

‘Lei seca’ - Até ontem (16), vigorava na Capital decreto que proibia consumo de bebidas alcoólicas em bares, restaurantes ou qualquer local público. A norma foi imposta a fim de frear aglomerações e evitar o contágio pela covid-19. A "lei seca" pode ser estendida.

Segundo dados fornecidos pela SGI (Superintendência de Gestão da Informação) do governo estadual, em média quatro a cada dez pessoas cumpriram recomendação por isolamento social neste fim de semana, em Campo Grande. O ideal propagado pelas autoridades em Saúde para frear a curva de contágio pelo novo coronavírus é manter a taxa de isolamento em, pelo menos, 60%.

A SES aponta para 15.953 casos confirmados de covid-19 e 248 mortes pela doença na Capital.

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