“Fofauna”: registros provam que todo dia é “das crianças” no Pantanal
No Pantanal de MS, que só este ano, teve 2,3 milhões de hectares queimados, filhotes vivos são esperança
Registros da “fofauna” são prova que no Pantanal, as “crianças” também são esperança de futuro melhor para o bioma castigado pelo fogo. Nesta semana, o biólogo e fotógrafo da natureza selvagem, Bruno Sartori Reis, divulgou novas imagens de Dakari, oncinha-pintada filha de Surya. As duas vivem na região da Fazenda Caiman, em Miranda (MS).
Para o profissional, que também trabalha como guia, os avistamentos de filhotes são alívio. “É tão bom ver o Pantanal se recuperando aos poucos, algumas chuvas começaram a cair, o verde começou a aparecer, as aves a carregar alguns gravetos pra construir seus ninhos e nas últimas semanas, algumas onças começaram a aparecer com seus filhotes”, publicou em sua rede social.
Há alguns dias, mãe e filha foram filmadas pelo biólogo e também guia de safari, Marcos Ávila. Em um dos momentos da gravação, é possível ver a Surya chamando a atenção da filhote para que Dakari a siga. Em outro momento, as duas foram avistadas no descanso de uma sombra. Assista:
No Pantanal sul-mato-grossense – que só este ano, teve 2,3 milhões de hectares queimados por incêndios, a maioria das vezes, segundo apurado até agora, provocados pela ação do homem – ver as pequenas vidas sãs e salvas são o respiro.
Bruno Reis também fotografou na semana que passou um filhotinho de veado-campeiro visto durante passeio pela Fazenda Caiman. “Praticamente um recém-nascido, que passou cambaleando na beira da estrada”.
Mais algum tempo atrás o flagrante foi do banho de sol de jacarezinhos. “E seguimos encontrando filhotinhos de jacaré por aí! Esses 3 estavam aproveitando pra tomar um solzinho nas costas da mãe”.
Neste dia 12 de outubro, a página do Instituto do Homem Pantaneiro publicou vídeo da mamãe anta com seu filhote num dos avistamentos noturnos, no Pantanal sul-mato-grossense. “Neste Dia das Crianças, celebramos o encanto da fauna pantaneira com um filhote de anta (Tapirus terrestris), o maior mamífero terrestre da América do Sul e um símbolo de força e resiliência! Assim como as crianças, esses filhotes são curiosos, explorando e descobrindo o mundo ao seu redor”, descreveu sobre as características do mamífero.
A ONG (Organização Não-Governamental) aproveita para fazer apelo. “Na natureza, as antas desempenham um papel vital no equilíbrio ambiental, ajudando a dispersar sementes e preservando nossa biodiversidade. Ao proteger o habitat desses animais, estamos garantindo que as futuras gerações possam crescer em harmonia com a natureza. Vamos juntos cultivar respeito e amor pela nossa fauna, promovendo um amanhã mais sustentável!”.
Educação para o futuro - Na Fazenda Caiman, crianças humanas também "têm vez". Os meninos e meninas que estudam por lá, filhos dos funcionários e moradores da região, as aulas sobre a biodiversidade do Pantanal fazem parte da rotina. Recentemente, grupo foi a campo para ver de perto as ações que estão sendo feitas pela recuperação da fauna e da flora.
"Os pequenos puderam observar os efeitos dos incêndios na natureza e, assim, refletir sobre a importância de conservá-la. Também nos ajudaram a espalhar sementes nativas de espécies como piúvas, ximbuvas e manduvis pela imensidão do nosso refúgio que, aos poucos, vai deixando claro sua resiliência. Junto das crianças, celebramos a esperança e o desejo de manter a vida pantaneira sempre pulsante", divulgou a página da empresa que trabalha com ecoturismo e dá apoio a diversas iniciativas de proteção ao Pantanal.
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