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Cidades

Integrantes de quadrilha que usava viaturas para tráfico são condenados

Ao todo, 16 réus foram sentenciados a 145 anos de prisão e 5,7 mil dias-multa; três foram absolvidos

Por Ana Paula Chuva | 29/09/2025 10:38
Integrantes de quadrilha que usava viaturas para tráfico são condenados
Hugo (de camiseta) ajuda Valdemar - traficante já morto - a descarregar droga de viatura (Foto: Reprodução)

Alvos da Operação Snow, deflagrada pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) em 2024, foram condenados a 145 anos e nove meses de prisão pelos crimes de organização criminosa, tráfico de drogas e lavagem de dinheiro. Três dos acusados foram absolvidos. O processo tramitou em sigilo, mas a sentença foi publicada no Diário da Justiça desta segunda-feira (29).

RESUMO

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Dezesseis integrantes de uma organização criminosa foram condenados a 145 anos e nove meses de prisão por tráfico de drogas, lavagem de dinheiro e participação em organização criminosa. O grupo, alvo da Operação Snow do Gaeco em 2024, utilizava viaturas policiais e empresas de transporte para distribuir cocaína. Os empresários Luiz Paulo da Silva Santos e Joesleu da Rosa receberam as maiores penas, 23 anos e nove meses e 18 anos e seis meses, respectivamente. O policial Hugo Cesar Benites foi condenado a 13 anos e cinco meses. A droga era transportada de Ponta Porã a Campo Grande e distribuída para o restante do país.

Ao todo, 16 integrantes da quadrilha foram sentenciados. Conforme a investigação do Gaeco, a organização criminosa, altamente estruturada, com uma rede sofisticada de distribuição, com vários integrantes, inclusive policiais cooptados, fazia o escoamento da droga, como regra, cocaína, por meio de empresas de transporte, que também eram utilizadas para a lavagem de dinheiro.

As maiores penas ficaram para os empresários Luiz Paulo da Silva Santos e Joesleu da Rosa – 23 anos e nove meses e 18 anos e seis meses, respectivamente. Em seguida, vem a do policial Hugo Cesar Benites, condenado a 13 anos e cinco meses de prisão.

Mayck Rodrigo Gama também foi sentenciado a 13 anos e onze meses de prisão. Já Ademir Cramolish Palombo deve cumprir 6 anos e cinco meses. O empresário também foi denunciado por envolvimento no homicídio do garagista Carlos Reis de Medeiros, o Alma.

Erick do Nascimento Marques e Rodney Gonçalves Medina foram condenados a 12 anos e três meses cada um. Douglas de Lima de Oliveira foi condenado a cinco anos e três meses. Ele também foi sentenciado em junho deste ano pelo assassinato de Christian de Queiroz Oliveira.

Já Fernando Henrique Souza dos Santos, Frank Santos de Oliveira, Bruno Ascari, Ademar Almeida Ribas, Adriano Diogo Veríssimo, Wellington Souza de Lima e Márcio André Rocha Faria foram sentenciados a quatro anos e um mês de prisão cada.

A decisão é assinada pela juíza Eucélia Moreira Cassal, da 3ª Vara Criminal de Campo Grande, que absolveu Darli Oliveira Santander e Natoni Lima de Oliveira, pais de Douglas. O casal também foi alvo da Operação Snow. Todos os sentenciados ainda podem recorrer da decisão.

Denúncia – Em janeiro deste ano, 21 alvos da operação foram denunciados à Justiça por organização criminosa, tráfico de drogas, lavagem de capitais, corrupção, entre outros crimes. Chegar a mais pessoas foi possível após análise dos dados extraídos dos telefones celulares de Joesley da Rosa, identificado como líder da quadrilha, e de Rodney Gonçalves Medina.

Entre os "golpes" da organização criminosa, com vistas a camuflar cargas de entorpecentes, está o uso até de caminhão de empresa terceirizada dos Correios. Além disso, havia responsáveis por desativar, nos caminhões usados, os aparelhos das companhias de transporte que emitem sinais de geolocalização, de modo a impedir o rastreamento do veículo durante o transporte da droga.

A investigação apontou ainda que a droga era transportada de Ponta Porã a Campo Grande e depois distribuída para o restante do país. Policiais civis levavam o entorpecente em viaturas oficiais e faziam escoltas de caminhões carregados com cocaína.