Réu por matar colega de quadrilha do "frete de cocaína" é condenado a 12 anos
Em abril deste ano, outro réu foi julgado e condenado com a mesma pena - 12 anos de prisão

Douglas Lima de Oliveira Santander, de 37 anos, foi condenado a pena de 12 anos de prisão por homicídio qualificado, em julgamento realizado nesta terça-feira (10), em Campo Grande. Ele é réu por envolvimento na morte do integrante de uma quadrilha investigada por tráfico de drogas em Mato Grosso do Sul. Em abril deste ano, outro réu pelo homicídio - Christian de Queiroz Oliveira - também foi condenado com a mesma pena.
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Douglas Lima de Oliveira Santander foi condenado a 12 anos de prisão pelo assassinato de Cristian Alcides Valiente, conhecido como "Galo", ocorrido em outubro de 2022 em Campo Grande. A vítima integrava uma organização criminosa investigada por tráfico de drogas e havia perdido uma carga de 435 quilos de cocaína. A quadrilha, alvo da Operação Snow, utilizava empresas de transporte para distribuição de drogas e lavagem de dinheiro, contando com policiais cooptados. O grupo também foi responsável pela morte de outros dois integrantes, os irmãos Valdemar e Eder Kerkhoff, em prováveis acertos de contas.
Christian Oliveira e Douglas mataram em uma provável queima de arquivo, segundo a investigação. No dia 21 de outubro de 2022, Cristian Alcides Valiente, 37 anos, conhecido como "Galo", foi assassinado a tiros enquanto bebia em uma conveniência do Bairro Guanandi. Os três faziam parte da quadrilha, sendo que Valiente intermediava os fretes de entorpecentes e havia perdido uma carga com cerca de 435 quilos de cocaína - carga apreendida pela polícia.
A sentença foi proferida após julgamento no Tribunal do Júri, onde Douglas foi responsabilizado por homicídio qualificado. Segundo a acusação do Ministério Público de Mato Grosso do Sul, ele participou ativamente do planejamento e da execução do crime ao lado de Christian de Queiroz Oliveira - este último apontado como o autor dos disparos contra Valiente.
A quadrilha foi alvo da Operação Snow e, segundo a investigação, executou ao menos três integrantes por acerto de contas ou queima de arquivo. Além de Cristian Alcides foram mortos os irmãos: Valdemar Kerkhoff Júnior e Eder Kerkhoff.
Operação - Segundo a investigação do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado, que contou com o auxílio da Corregedoria da Polícia Civil e da Polícia Rodoviária Federal, a organização criminosa era altamente estruturada.
"(...) com uma rede sofisticada de distribuição, com vários integrantes, inclusive policiais cooptados, fazia o escoamento da droga, como regra cocaína, por meio de empresas de transporte, as quais eram utilizadas também para a lavagem de capitais, ocultando a real origem e destinação dos valores obtidos com o narcotráfico".
Para isso, a cocaína era escondida em carga lícita, ou seja, com documentações legais, o que dificultava a fiscalização policial nas rodovias "principalmente quando se tratava de material resfriado/congelado (carnes, aves etc.), já que o baú do caminhão frigorífico viajava lacrado".
Outra maneira que utilizavam para traficar a droga de Ponta Porã a Campo Grande era o chamado frete seguro. "(...) policiais civis transportavam a cocaína em viatura oficial caracterizada, já que, como regra, não era parada, muito menos fiscalizada por outras unidades de segurança pública”, aponta a investigação.
A quadrilha ainda fazia a transferência da propriedade de caminhões entre empresas usadas pelo grupo e os motoristas, desvinculando-os dos reais proprietários. Com isso, chamavam menos atenção em eventual fiscalização policial, porque, em regra, a liberação é mais rápida quando o motorista consta como dono do veículo.
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