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Cidades

Medo da transferência para SP é menor que esperança de ter Clarice viva de volta

Moradora de Maracaju é um dos 21 sul-matogrossenses enviados a outros estados para assistência médica em UTI

Lucia Morel | 09/06/2021 06:29
Clarice está internada em UTI de hospital de São Paulo e a família, em Maracaju. (Foto: Redes sociais)
Clarice está internada em UTI de hospital de São Paulo e a família, em Maracaju. (Foto: Redes sociais)

O que pode parecer desesperador, se transformou em alívio para a família de Clarice da Silva Rios, 57 anos, moradora de Maracaju e um dos 21 sul-matogrossenses enviados a outros estados para assistência médica em UTI (Unidade de Tratamento Internsivo) devido a covid-19.

Conforme a filha dela, Helen Cristina Silva Rios, 24, que é biomédica, não havia escolha e a única saída para um atendimento adequado à mãe seria a ida a outro Estado. “Não tinha o que fazer. Foi por necessidade, tinha que ir, não tinha opção, não temos UTI aqui no nosso Estado”, reforçou.

Para ela, o medo é real, principalmente depois das duas mortes já registradas entre os pacientes transferidos a Rondônia e São Paulo, mas a esperança se mantém. Clarice internou no dia 18 de maio, ainda em Maracaju. Dia 22 foi intubada e no último domingo foi levada para o Hospital Santa Cecília, em São Paulo.

“Ela estava em um leito improvisado, uma UTI que montaram de emergência aqui no hospital de Maracaju. É muito bom saber que agora ela está em um lugar com estrutura e apoio”, ressaltou.

Helen recebe ligação dos médicos de lá todos os dias informando o estado de saúde da mãe e a última informação foi positiva. “Disseram que ela estava estável e que o quadro de infecção passou de grave para médio e está evoluindo pra uma estabilidade”, contou.

Clarice com a família. (Foto: Redes sociais)
Clarice com a família. (Foto: Redes sociais)

Na casa, Clarice e o marido, de 60 anos, já haviam recebido a primeira dose de vacinas. Ela da Astrazeneca e ele da Coronavac. “Meu pai não teve nada, foi assintomático. Já ela, teve tudo”.

Apesar da distância, dos riscos inerentes e do medo, Helen afirma que a família está unida em fé. “Tem muita ansiedade, não é fácil, mas a gente sabe que é pro bem dela e temos fé que vai dar tudo certo”, salienta.

Ao todo, 21 pacientes de MS já foram transferidos para outros estados até a noite de ontem. Nove pacientes foram transferidos para o Estado de Rondônia, sendo 7 de Dourados, um de Bonito e outro de Itaquiraí, que estava internado em Eldorado.

No domingo, cinco pacientes (2 de Campo Grande e 3 de Maracaju) foram levados para São Paulo, na segunda-feira (7), dois pacientes de São Gabriel do Oeste foram para São Paulo e nesta terça-feira (8) mais cinco pacientes para São Paulo.

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