Ministério garante que vacinas contra a covid chegam até o fim de semana em MS
Estado enfrenta desabastecimento há mais 15 dias, mas governo garantiu que a situação foi “momentânea”
O Ministério da Saúde confirmou nesta quarta-feira (23) que o Brasil enfrentou um desabastecimento de vacinas contra a covid-19 entre os dias 16 e 22 de outubro, afetando o estoque de diversos estados, inclusive Mato Grosso do Sul. De acordo com a pasta, a escassez foi "momentânea" e já está sendo resolvida com o envio de 1,2 milhão de doses aos estados, garantindo a normalização dos estoques até o final desta semana.
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O Brasil enfrentou um desabastecimento momentâneo de vacinas contra a covid-19 entre 16 e 22 de outubro, resultando na suspensão temporária da distribuição devido ao vencimento de um lote. O Ministério da Saúde anunciou que 1,2 milhão de novas doses estão sendo enviadas aos estados, com a expectativa de normalização dos estoques até 25 de outubro. Além disso, está em andamento a compra de 69 milhões de novas doses, que reduzirá o custo unitário da vacina. Apesar do aumento de 140% nos casos de covid-19 em Mato Grosso do Sul, a vacinação continua sendo crucial, especialmente para grupos vulneráveis, com uma cobertura vacinal de 82,9% no estado até o último boletim epidemiológico.
Em Mato Grosso do Sul, a situação já vinha sendo denunciada pela SES (Secretaria Estadual de Saúde), que alertou que o estoque de vacinas estava zerado há pelo menos 15 dias. A responsável pelo setor de Imunização da SES, Ana Paula Rezende Goldfinger, informou que tanto as doses infantis quanto as destinadas aos adultos haviam acabado, sem uma previsão clara de reabastecimento.
Ana Paula explicou que o último lote recebido pelo Estado, composto de vacinas monovalentes da farmacêutica Moderna, já havia esgotado. Ela também destacou que a situação não era exclusiva de Mato Grosso do Sul, mas sim um reflexo de um problema em escala nacional. Agora, com o envio emergencial das novas doses, a expectativa é que os 79 municípios do Estado voltem a receber vacinas até o fim desta semana.
“Não há falta generalizada de vacinas no Brasil. Houve um desabastecimento momentâneo de vacinas contra covid-19 no país, entre os dias 16/10, data de vencimento das doses, e o dia de ontem (22). Um milhão e 200 mil vacinas já começaram a ser distribuídas na data de ontem aos estados. São Paulo, Paraíba, Rio Grande do Norte e Pernambuco, por exemplo, receberão a partir de hoje (23/10) essas vacinas. Dessa forma, até o final desta semana (25/10) todos os estados terão recebido suas doses”, informou o Ministério da Saúde em nota.
A pasta de saúde nacional detalhou as razões por trás do desabastecimento. A principal causa foi o vencimento de um lote de vacinas, o que forçou o governo a suspender temporariamente a distribuição até que novas doses fossem adquiridas e processadas. O ministério anunciou, também, que já está em andamento a compra de 69 milhões de novas doses, destinadas a garantir o abastecimento pelos próximos dois anos.
De acordo com o governo, essa nova aquisição proporcionou uma redução de 28% no custo unitário da vacina, fazendo com que o Brasil pague atualmente US$ 7 por dose, enquanto outros países, como os Estados Unidos, pagam até US$ 30 por unidade.
O desabastecimento de vacinas em Mato Grosso do Sul ocorre em um momento delicado. O Estado registrou um aumento expressivo nos casos de covid-19 até o final de setembro, com uma alta de 140% nos testes positivos em comparação com os meses anteriores. Embora o boletim InfoGripe da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) tenha indicado uma reversão da tendência de crescimento com uma leve queda nos números mais recentes, a situação ainda é de alerta.
Outro ponto de preocupação para as autoridades de saúde é a circulação de novas linhagens da variante Ômicron, como a XEC, identificada recentemente em estados como Rio de Janeiro, São Paulo e Santa Catarina. Embora Mato Grosso do Sul ainda não tenha registrado casos dessa nova linhagem, a vigilância permanece ativa.
Mesmo com a OMS (Organização Mundial da Saúde) declarando o fim da pandemia de covid-19 há mais de dois anos, a vacinação continua sendo uma ferramenta fundamental para proteger os grupos mais vulneráveis. A imunização segue recomendada para pessoas com 60 anos ou mais, imunocomprometidos, gestantes, puérperas, trabalhadores da saúde, pessoas com comorbidades e crianças de 6 meses a 4 anos.
Em Mato Grosso do Sul, a SES tem trabalhado para manter a cobertura vacinal elevada. Segundo o último boletim epidemiológico divulgado pela secretaria, a cobertura da vacina monovalente no estado é de 82,9% do público-alvo.