MS está há 15 dias sem estoque de vacina contra a covid-19
Desabastecimento está ligado ao contrato entre o Ministério da Saúde e a farmacêutica Moderna
O Brasil enfrenta desabastecimento nos estoques de vacinas contra a covid-19, que já afeta Mato Grosso do Sul e todos os seus municípios. Eles estão zerados há aproximadamente 15 dias no Estado, confirmou hoje (21) a SES (Secretaria Estadual de Saúde).
RESUMO
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Mato Grosso do Sul enfrenta escassez de vacinas contra a Covid-19, com estoques zerados em todos os municípios há cerca de 15 dias. A falta de doses afeta tanto crianças quanto adultos, e o problema se estende a todo o país, devido a fatores como o vencimento de doses, a burocracia na importação e a desinformação. Apesar de um novo lote de vacinas já ter sido adquirido, a data de entrega ainda é incerta. A falta de vacinas ocorre em um momento de alta nos casos de Covid-19, embora haja sinais de queda recente. A vacinação continua sendo recomendada para grupos específicos, como pessoas com mais de 60 anos, com imunidade comprometida, gestantes, trabalhadores da saúde, pessoas com comorbidades e crianças de 6 meses a 4 anos.
Responsável pelo setor de Imunização da pasta, Ana Paula Rezende Goldfinger informa que estão em falta tanto as doses destinadas às crianças, quanto aos adultos.
Ela reforça que se trata de um problema pontual relacionado não apenas a Mato Grosso do Sul, mas a todo o país.
O Ministério da Saúde reconheceu que estados e municípios estão com poucas vacinas disponíveis em matéria publicada nesta segunda-feira pela Folha de São Paulo, que relaciona o problema ao vencimento de doses que estavam travadas nos estoques federais; a substituição de doses que venceriam mais rápido que o previsto em contrato; e a burocracia para a chegada de novo lote de vacinas já autorizado.
Além disso, a pasta federal associa o desabastecimento à validade da vacina, à exigência de baixíssimas temperaturas no armazenamento e as fake news que atrapalham campanhas de imunização.
Atualmente, o ministério possui contrato apenas com a farmacêutica Moderna para o fornecimento das vacinas anticovid.
Ana Paula explica que o último lote que a SES recebeu para distribuir aos 79 municípios foi de vacinas monovalentes produzidas pela mesma empresa. "No momento, elas findaram, então o Estado não tem mais doses", fala.
"O que nós sabemos é que o Ministério já fez uma nova aquisição, um contrato para aquisição, que já foi finalizada, porém, tem os trâmites de envio, uma vez que não é uma vacina brasileira, é importada. Portanto, existem esses trâmites a serem cumpridos", ressalta a coordenadora.
A coordenadora finaliza dizendo que não há previsão para o reabastecimento no Estado e que a SES ainda não sabe qual é a fornecedora que irá renovar os estoques.
"Não temos data exata da entrega dessas doses, mas nós sabemos que, como já existe essa compra, esse envio deve ser realizado no mais breve possível e nós conseguiremos reabastecer os 79 municípios", concluiu.
Vacinas na Capital - Em nota, a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) de Campo Grande informou que também está com os estoques zerados, mas que, com sorte, "é possível encontrar doses remanescentes em determinadas unidades de saúde".
A pasta também não recebeu uma previsão da entrega de mais vacinas.
Alta de casos - A falta de vacinas começou a ser registrada em Mato Grosso do Sul em período de alta em casos de covid-19.
Houve aumento de 140% nos positivos registrados até o fim do mês passado. Porém, uma tendência de crescimento nos casos para este mês é revertida por sinal de queda observado no boletim InfoGripe da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) mais recente, publicado na última quinta-feira (17).
Ainda em outubro, foi identificada a "xec" no país, nova linhagem da variante Ômicron do vírus que transmite a doença. Mato Grosso do Sul não é um dos estados com registro dela, até o momento. Em 13 de outubro, a Agência Brasil divulgou que ela foi encontrada no Rio de Janeiro, em São Paulo e em Santa Catarina
Quem deve tomar - A OMS (Organização Mundial de Saúde) decretou o fim da pandemia de covid-19 há mais de dois anos. Ainda assim, a vacina segue recomendada para grupos específicos:
- Pessoas com 60 anos ou mais;
- Pessoas com imunidade comprometida;
- Gestantes e puérperas;
- Trabalhadores da saúde;
- Pessoas com comorbidades;
- e crianças de 6 meses a 4 anos.
Segundo o último boletim epidemiológico divulgado pela SES, na quarta-feira (16), a cobertura vacinal da monovalente é de 82,9% do público-alvo em Mato Grosso do Sul.
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