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Cidades

Pecuarista paga R$ 110 mil por promover caça a onças

A ex-proprietária da Fazenda Santa Sofia, Beatriz Rondon, vai pagar oito parcelas de R$ 11.750,00

Lucia Morel | 03/04/2022 12:27
Couro de onça e armas encontradas durante Operação Jaguar, de 2011. (Foto: Divulgação PF/Arquivo)
Couro de onça e armas encontradas durante Operação Jaguar, de 2011. (Foto: Divulgação PF/Arquivo)

A produtora rural Beatriz Rondon, dona da Fazenda Santa Sofia, em Aquidauana, hoje modelo de preservação ambiental, assinou no dia 30 de março, TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) com o Ministério Público de Mato Grosso do Sul. Isso, depois de quase 12 anos da acusação de safári e caça a onças-pintadas em sua propriedade.

Ela se comprometeu a pagar R$ 110 mil como indenização ambiental, que serão revertidos para o 7º Batalhão da PMA (Polícia Militar Ambiental) da cidade. No acordo, a produtora rural reconhece o delito, mesmo que o caso tenha sido julgado prescrito pela Justiça em 2019.

Neste caso, ela paga indenização pelo cometimento do crime, já que decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) considerou que crimes ambientais são imprescritíveis e, por isso, TAC foi firmado. A ex-proprietária da Fazenda Santa Sofia vai pagar oito parcelas de R$ 11.750,00 e com o recurso, a PMA de Aquidauana deverá adquirir drones e notebooks.

No TAC, pecuarista assume cometimento de crime ambiental. (Foto: Reprodução)
No TAC, pecuarista assume cometimento de crime ambiental. (Foto: Reprodução)

A assinatura decorre de investigações da Polícia Federal em 2011, que ficou conhecida como Operação Jaguar. Na ocasião, a pecuarista chegou a ser presa, mas pagou fiança de R$ 27 mil e foi liberada. Além de pele de animais, com ela e em sua propriedade, também foram encontradas várias armas.

A investigação teve dois momentos, sendo a primeira com denúncia de turista estrangeiro que visitou a fazenda entre 2010 e 2011 e foi convidado a fazer safári com caça. Na mesma época, vídeo mostrava a caça e uma onça caindo de árvore, ao que a produtora rural comenta que o animal era “uma fêmea muito bonita, mas que estava comendo minhas vacas”.

Ao Campo Grande News, a pecuarista diz que não está mais à frente da propriedade, que teria sido vendida a terceiros e ainda que, segundo ao que ela foi informada, crimes ambientais não prescrevem e, por isso, o TAC foi firmado e assinado. “Foi assinado porque tem que pagar de algum jeito”, disse.

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