"Por que eu não parei pra comprar água?", lamenta pai que perdeu 3 em acidente
Ele pede condenação por homicídio doloso do mecânico responsável pelo acidente

“Me arrependo até hoje. Por que eu não parei pra comprar a água?”. O lamento é de Oldiney Centurion Saraiva, de 42 anos, que junto com o filho de 12 anos de idade, sobreviveu a acidente que tirou a vida da esposa dele e outros três filhos em 6 de abril deste ano, na BR-060, entre Campo Grande e Sidrolândia. Audiência de oitivas e depoimentos do caso ocorreu esta tarde.
RESUMO
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Em acidente na BR-060, entre Campo Grande e Sidrolândia, uma família foi devastada após colisão com caminhão conduzido por David Lopes Queiroz, de 29 anos. O motorista está preso desde o ocorrido em 6 de abril, que resultou na morte de quatro pessoas, incluindo a esposa e três filhos de Oldiney Centurion Saraiva. O único filho sobrevivente, de 12 anos, necessita de cuidados intensivos após passar por cinco cirurgias. O Ministério Público solicitou auxílio financeiro do réu para custear o tratamento do menor. David Queiroz alega inocência, enquanto testemunhas sugerem que ele estava sob influência de álcool e drogas no momento do acidente.
O autor do acidente, o motorista de caminhão David Lopes Queiroz, de 29 anos, está preso desde o dia do crime e o caso corre na 2ª Vara do Tribunal do Júri, do juiz Aluízio Pereira dos Santos. No último dia 18 de junho, o magistrado indeferiu pedido de liberdade feito pelo Ministério Público de Mato Grosso do Sul.
No encontro de hoje, o réu e Oldiney foram ouvidos, mas não se encontraram a pedido do pai, que diz não querer ver o autor do acidente. Segundo termo de audiência, David afirmou que é inocente e vai provar, alegando que a acusação é “improcedente”, ou seja, que não tem fundamentos ou provas suficientes. Como ele instituiu advogado particular recentemente, afirmou que dará mais argumentos e provas posteriormente.
O Ministério Público, por sua vez, requereu prazo de três dias para juntar o pedido para que o réu ajude financeiramente nas despesas do tratamento do menino de 12 anos, sobrevivente. Ele passou por pelo menos cinco cirurgias, tem pinos em várias partes do corpo e não tem frequentado a escola por incapacidade de locomoção.
“Ele precisa de cuidado 24 horas. Pra ir ao banheiro ele não vai sozinho porque não consegue colocar o pé no chão”, contou o pai, relatando que que o filho é 100% dependente. “Ele faz terapia, faz acompanhamento com psiquiatra e pra estudar, a professora vem aqui em casa duas vezes na semana”, contou.
Sobre o processo judicial, Oldiney diz que “o mínimo que se espera é que ele seja condenado por homicídio doloso”, sustenta, ao enfatizar que não pode provar, mas que o próprio irmão do caminhoneiro afirmou em depoimento que ele estava sob efeito de álcool e cocaína.
Após a apresentação formal do pedido do MP e oitiva especial do menino de 12 anos, além de eleição de testemunhas da defesa, o juiz vai designar audiência de instrução e julgamento.
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