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Cidades

Quase metade dos moradores da Capital vive em lugares sem bueiros

Moradores pretos e pardos são maioria entre os que vivem nas áreas onde não há presença desse sistema

Por Guilherme Correia | 27/04/2025 09:44


Quase metade dos moradores da Capital vive em lugares sem bueiros
Rua sem bueiro ou boca de lobo na esquina com água acumulada devido às chuvas da Capital. (Foto: Marcos Maluf)

RESUMO

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Quase metade dos moradores de Campo Grande, cerca de 405 mil pessoas, vivem em áreas sem bueiros, segundo dados do IBGE. A falta de infraestrutura afeta principalmente pretos e pardos, que representam 57% dessa população. Além disso, crianças e adolescentes estão concentrados em regiões sem bueiros, aumentando o risco de enchentes. No Mato Grosso do Sul, apenas 48,3% dos domicílios têm acesso a bueiros, colocando o estado na 19ª posição nacional. No Brasil, 53,6% da população vive em áreas com bueiros, destacando a desigualdade na infraestrutura urbana.

Dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) sobre a infraestrutura urbana nos municípios revela que Campo Grande possui mais de 405 mil pessoas que moram em domicílios sem acesso a bueiros ou boca de lobos, cerca de 46% do total da cidade.

Por outro lado, mais de 474 mil têm acesso ao sistema, que ajuda a reduzir problemas com enchentes e acúmulo de água.

Além disso, moradores pretos e pardos são maioria entre os que vivem nas áreas onde não há tais estruturas nas ruas.

Segundo o IBGE, cerca de 48% são pardos (195.243 pessoas) e mais de 31 mil são pretos. Juntos, esses dois grupos somam quase 57% do total de pessoas sem acesso ao serviço — um contraste com os moradores brancos, que representam cerca de 41% dessa população (169 mil pessoas).

Já entre os mais de 474 mil moradores que vivem em áreas com bueiros, a maioria também é branca (229 mil), seguida por pardos (202 mil) e pretos (31 mil).

Além disso, grande parte da população jovem da capital sul-mato-grossense está concentrada em regiões urbanas com infraestrutura precária. Quase 29 mil têm entre zero e quatro anos e outros 30 mil estão na faixa de cinco a nove anos.

Somados, os menores de 10 anos representam cerca de 14,7% dessa população, uma proporção ligeiramente maior que a registrada em áreas com bueiros, onde esse grupo representa cerca de 13% dos moradores.

Entre adolescentes de 10 a 19 anos, a diferença também é perceptível: são mais de 57 mil vivendo em ruas sem bueiros, enquanto pouco mais de 62 mil vivem em locais com essa infraestrutura.

Já entre os adultos de 20 a 39 anos, a situação também é desigual: são 125 mil pessoas em locais sem bueiros contra 148 mil em locais com o sistema.

Em nota, a Sisep (Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos) informou que está trabalhando para ampliar a Infraestrutura básica da cidade. Os projetos de pavimentação executados pela administração municipal contemplam obras de drenagem, com implantação de rede de captação de águas pluviais, boca de lobo e bueiros. Segundo a secretaria, muitos desses projetos também preveem a construção de bacias de amortecimento, como no North Park e Nova Campo Grande.

No Estado — Os dados analisados pelo Campo Grande News mostram que no interior do Estado, os problemas são maiores. O município de Brasilândia se destaca com o maior índice proporcional de cobertura: cerca de 54,6% das moradias contam com bueiros nas ruas. Em seguida, vêm Costa Rica, com 58,1%, e Camapuã, com aproximadamente 52,4%.

Na ponta oposta, cidades como Cassilândia, Anastácio e Água Clara apresentam as piores proporções. Em Cassilândia, apenas 19,4% dos domicílios têm bueiros. Em Anastácio, o número cai para 31,1%, e em Água Clara, apenas 22,6% das casas têm acesso ao sistema de drenagem pluvial.

No País — Os dados do Censo 2022 mostram que Mato Grosso do Sul tem aproximadamente 1.445.000 pessoas vivendo em domicílios com bueiros ou bocas de lobo no entorno, cerca de 48,3% da população total, colocando o Estado na 19ª posição entre as 27 unidades da federação no ranking proporcional.

No Centro-Oeste, Mato Grosso do Sul aparece à frente de Goiás, que tem 35% dos domicílios com bueiros no entorno, mas atrás do Distrito Federal, com 61,4%, e de Mato Grosso, com 49,1%.

Logo acima de MS está o Maranhão, onde 49,6% da população vive em áreas com bueiros nas redondezas, e logo abaixo o Amazonas, com 55,3%.

Os três estados com maior proporção de moradores em áreas com bueiros são Santa Catarina (85,2%), Paraná (83,2%) e São Paulo (57,8%) — com 26,1 milhões de pessoas. Na outra ponta, os três piores desempenhos são de Goiás (35%), Piauí (11,6%) e Ceará (20,8%).

No Brasil, 53,6% da população vive em áreas com bueiros ou bocas de lobo no entorno, enquanto 45,9% não têm esse tipo de estrutura urbana próxima às suas casas. Apenas 0,3% não declararam essa informação no questionário do Censo.

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