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Cidades

Réu em ações em MS, "Faraó dos Bitcoins" se aliou à comparsa de Pablo Escobar

Operação da PF deflagrada hoje apura ligação de Glaidson dos Santos com comparsa de Escobar em fraudes nos EUA

Silvia Frias | 11/08/2022 10:32
Preso no RJ, "Faraó dos Bitcoins" é alvo de ações em MS. (Foto/Arquivo)
Preso no RJ, "Faraó dos Bitcoins" é alvo de ações em MS. (Foto/Arquivo)

Glaidson Acácio dos Santos, o “Faraó dos Bitcoins”, já preso no Rio de Janeiro, foi alvo de nova operação da PF (Polícia Federal), sob alegação de que se aliou a comparsa de Pablo Escobar e, juntos, são responsáveis por “fraudes bilionárias” no Brasil e no exterior.

Em Mato Grosso do Sul, o “Faraó dos Bitcoins” responde a pelo menos sete processos em Campo Grande e outro em Corumbá de clientes que investiram em criptomoeda. As ações totalizam R$ 1 milhão em pedido de ressarcimentos.

Hoje, o mandado de prisão contra Glaidson Santos foi cumprido na Operação Flyer One, a 4ª fase da Operação Krypytos, a expansão dos negócios com criptomedas para os Estados Unidos. Outros quatro mandados de prisão foram cumpridos pela PF e MPF (Ministério Público Federal) e mais quatro de busca e apreensão nas cidades do Rio de Janeiro e de Cabo Frio, além da inclusão dos alvos, que estão nos EUA, na Difusão Vermelha (red notice) da Interpol.

Foram apreendidos 10 veículos de luxo, avaliados em cerca de R$ 6 milhões.

De acordo com a investigação, a organização criminosa a atuação para o exterior, promovendo a atividade de captação de recursos financeiros de terceiros nos Estados Unidos, Portugal e outros países.


Conforme foi apurado, nos Estados Unidos a atuação foi estruturada por um indivíduo que saiu do Brasil usando passaporte falso, artifício usado por ter condenação por tráfico internacional de drogas. Nesse caso, foi acusado por ser um dos pilotos responsáveis pelo transporte de drogas do cartel comandado pelo narcotraficante Pablo Escobar.

A atividade se desenvolveu por meio da utilização de documentos falsos, mediante a criação de invoices (notas fiscais internacionais) sem lastro.

Os valores saíam para a conta de Glaidson em depósitos de criptoativos lastreados no dólar americano, também chamados de stablecoins.

Além disso, ele foi o responsável por viabilizar a documentação necessária à estada dos líderes da organização criminosa no país americano, bem como por satisfazer uma série de seus desejos pessoais como a aquisição de uma aeronave com capacidade para 19 (dezenove) pessoas, por meio da utilização de sua filha como interposta pessoa.

Os investigados poderão responder pela prática dos crimes de emissão ilegal de valores mobiliários sem registro prévio, organização criminosa e lavagem de capitais. Se condenados, poderão cumprir pena de até 22 anos de reclusão.

Ação da PF e do Gaeco/MPF em Cabo Frio, na operação desta quinta-feira. (Foto/Divulgação)
Ação da PF e do Gaeco/MPF em Cabo Frio, na operação desta quinta-feira. (Foto/Divulgação)

Faraó – Em Mato Grosso do Sul, os processos de rescisão de contrato e devolução de dinheiro tramitam em Campo Grande e Corumbá. Em um deles, a sentença judicial determinou provimento parcial, concedendo indenização de R$ 8,9 mil a um dos clientes.

As vítimas relataram promessas de retorno exorbitante para os investimentos. Alguns dos alvos foram fisgados em festa cheia de glamour, regada a uísque importado, champanhe francesa e vinhos caríssimos.

O “Faraó dos Bitcoins” é acusado de comandar um esquema de fraudes bilionárias a partir de sistema de pirâmide financeira envolvendo criptomoedas. Pelo menos, R$ 38,2 bilhões foram movimentados entre os anos de 2015 e 2021 no Brasil e no exterior.

Atualmente, ele está no Presídio Laércio da Costa Pellegrino, conhecido como Bangu 1.

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