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Cidades

Tereza Cristina insiste que queimadas são “supervalorizadas” no Brasil

A ministra está em Bonito, onde participa da 9ª Reunião dos Ministros da Agricultura do Brics

Maressa Mendonça e Silvia Frias, enviada a Bonito | 25/09/2019 15:56
Ministra da Agricultura Tereza Cristina e secretário de Estado de Meio Ambiente Jaime Verruck (Paulo Francis)
Ministra da Agricultura Tereza Cristina e secretário de Estado de Meio Ambiente Jaime Verruck (Paulo Francis)

A ministra da Agricultura Tereza Cristina pontuou, nesta quarta-feira (25), que existe uma supervalorização no exterior dos problemas ambientais enfrentados pelo Brasil, mais precisamente as queimadas. Para ela, isto ocorre porque o protagonismo do país no agronegócio está “incomodando”.

“O Brasil está sofrendo nesse momento com isso. Supervalorizam o que aconteceu, se você pegar os dados não é bem isso. Países que têm esses mercados ficam muito incomodados com o protagonismo do Brasil na agropecuária”, declarou. 

Sobre a possibilidade de prejuízos na safra em decorrência das queimadas, especialmente da Amazônia, Tereza Cristina respondeu que os incêndios ocorreram “nas bordas da Amazônia, as savanas, não a floresta. Eu falo ‘sempre do limão se faz limonada’”. Ela citou também a seca intensa em Mato Grosso do Sul.

“Mudanças climáticas estão acontecendo? Estão. A gente não pode fugir do tema, a gente tem que achar mecanismos de contenção para que isso não aconteça de forma tão intensa”, completou.

Tereza Cristina citou ainda as práticas do país para conter os incêndios. Dentre elas, a cartilha elaborada pelo ministério para os pequenos produtores alertando para o perigo das queimadas controladas em um período de seca, como o enfrentado agora. Ela também citou as queimadas em Mato Grosso do Sul. "Houve exagero, sim. Acho ruim para o nosso país que está há 20 anos na vanguarda do combate de incêndio, com medidas de proteção ambiental ser taxado como vilão".

A ministra também citou a severidade do Código Florestal como um ponto positivo das medidas de proteção ambiental adotadas pelo país e reforçou que o Brasil não pode ficar com esta marca de problemas de conservação.

Brics - Tereza Cristina está em Bonito, onde participa da 9ª Reunião dos Ministros da Agricultura do Brics, conjunto de países emergentes formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.

Ela comentou ter feito todos os esforços para trazer o evento para Bonito porque “Bonito é lindo” e ela é de Mato Grosso do Sul. Segundo ela, foi muito prazeroso trazer a delegação para conhecer o município. “Com o pouco que viram ficaram extasiados”, disse.

O grupo está finalizando um documento com metas conjuntas da Agricultura, com políticas globais mundiais para trazer benefícios conjuntos.

Viagem - A ministra citou a recente viagem feita para o Kwait, Egito, Arábia Saudita e Emirados Árabes que considerou “muito produtiva” para o Brasil, especialmente no quesito abertura de mercado.

Esse foi um dos assuntos tratados na visita ao Egito: a liberação dos lácteos, um setor em que o Brasil ainda enfrenta dificuldades. O país também pediu pela ampliação da política de produção de aves.

Tereza Cristina comentou que o Brasil tem potencial, commodities agrícolas, mas é preciso “agregar valor” aos nossos produtos.

Sem entrar em detalhes, a ministra comentou ainda sobre novas reuniões que serão realizadas no Kwait onde o assunto será cortes especiais de carne bovina.

Cortes - Questionada sobre possíveis dificuldades na realização das pesquisas após proposta do Governo Federal do corte de 45% no orçamento da Embrapa para o ano que vem, ela respondeu que a Embrapa é a “joia da nossa coroa”, mas ainda assim é preciso fazer estudos para enxugar “gorduras”.

Exportação China - A ministra também comentou sobre a possibilidade de a China começar a importar mais carne do Brasil após o surto de peste suína africana que obrigou os produtores daquele país a abaterem mais de 1 milhão de porcos.

Conforme Tereza Cristina, o Brasil apresentou 30 frigoríficos para exportação, sendo que 21 já foram aprovados e outros 9 ainda estão sendo checados. Uma reunião será realizada no dia 18 na China para tratar sobre o assunto e as vistorias.

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