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Cidades

Após acordo com índios, Força Nacional ficará 6 meses em MS

Reunião durou mais de 1h30 e índios mostraram confiança na pacificação

Helton Verão e Aliny Mary Dias de Sidrolândia | 06/06/2013 18:15
Acordo para pacificação foi selado na presença de líderes de três aldeias indígenas, Cigcoe, Polícia Militar, Polícia Federal, Ministério Público Federal, Funai e Iagro. (Foto: Cleber Gellio)
Acordo para pacificação foi selado na presença de líderes de três aldeias indígenas, Cigcoe, Polícia Militar, Polícia Federal, Ministério Público Federal, Funai e Iagro. (Foto: Cleber Gellio)

A Força Nacional ficará, pelo menos, seis meses (180 dias com possibilidade de prorrogação) nas estradas vicinais, fazendas e aldeias da região de Sidrolândia, para a pacificação ente índios e fazendeiros. A decisão foi tomada depois de acordo em reunião de mais de uma hora e meia na tarde nesta quinta-feira (6), na sede da Secretária de Assistência Social de Sidrolândia.

Além da Força Nacional, participaram da reunião líderes de três aldeias indígenas, Cigcoe, Polícia Militar, Polícia Federal, Ministério Público Federal, Funai e Iagro.

Segundo o major e comandante da força Nacional, Luiz Alves, a partir desta sexta-feira, às 7 horas da manhã os soldados estarão na região para fazer o trabalho.

Serão 110 homens espalhados pelas estradas, fazendas e aldeias. Divididos em cinco pontos na região, 24 horas por dia. Pelo menos 16 veículos da força nacional serão usados na pacificação. “Acontecerão trabalhos na abordagem a todos que passam pelo local”, avisa o major Alves.

A Força Nacional vai ter autonomia para entrar nas propriedades. “Não estamos aqui para fazer reintegração e sim para pacificar”, repetiu por várias vezes durante a entrevista o major. Ele diz que já foi feito um reconhecimento aéreo das fazendas e aldeias no local.

Tensão - A reunião teve momentos tensos, quando os índios tinham a palavra e desabafaram por alguns minutos, pela situação que vivem e a morte do “guerreiro” Oziel Gabriel. “Levamos a mensagem que não queremos violência, a força nacional veio trazer esperança, esperamos que de fato aconteça”, comenta o líder indígena, Jânio Reginaldo, da aldeia Água Azul.

Segundo ele, com a Força Nacional vigiando, os índios que fazem faculdades em outros municípios terão segurança para retornar as aldeias à noite.

Outra liderança, da aldeia Buriti, Adão Terra, diz ter perdido a confiança na Polícia após o confronto que resultou na morte de Oziel, mas que acredita em uma nova fase. “Eles prometeram pacificação e vamos confiar neles. Com a morte do Guerreiro, nós perdemos a confiança na polícia, mas a partir de agora, vamos criar um novo vínculo”, salienta.

Ainda será definido onde ficarão os soldados da Força Nacional, no Parque de Exposições da Cidade ou no Ginásio Municipal. 

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