Terenas clamam para que ministro evite mortes e suspenda reintegração
Com rostos pintados. Nas costas, os terena carregam a missão com o nome de Oziel e no peito o clamor por justiça. Cerca de 50 guerreiros, como se colocam, chegaram assim à Base Aérea de Campo Grande para pedir intervenção do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, na suspensão da reintegração de posse da fazenda Buriti e evitar mais mortes.
“Vamos clamar para esse homem, pois a gente só quer Justiça. Não estamos brigando pelo Brasil todo, só por estes 17 mil hectares que é nosso”, diz o cacique terena Aparecido Antônio.
Em uma sala separada o ministro recebeu seis representantes de lideranças indígenas da aldeia Buriti e Passarinho. A imprensa não pode acompanhar a reunião.
José Eduardo Cardozo, que chegou por volta das 8h da manhã de hoje em Campo Grande já fez um sobrevoo na região de conflito em Sidrolândia, mas não chegou a pousar na região.
Cansados da guerra em que a reivindicação pelos 17 mil hectares da região de Sidrolândia se tornou, os terena persistem na permanência na área, afirmando que a luta continua e agora com mais força, por Oziel.
“Já perdemos um guerreiro, não queremos mais guerra. Se eles persistirem na reintegração vai ter mais luta e mais gente vai morrer”, explicou o cacique.
Na manhã de hoje lideranças indígenas deixaram a fazenda Buriti rumo a Campo Grande para conversar com o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, na Base Aérea. Eles saíram da aldeia Buriti e se concentraram na sede da Funai (Fundação Nacional do Índio) em Sidrolândia, onde passaram a pintar os rostos para a “guerra”.
Nesta quarta-feira cerca de 50 homens da Força Nacional desembarcaram na Capital junto do ministro da Justiça. O envio da tropa é um pedido do governador André Puccinelli (PMDB), diante do vencimento do prazo para a reintegração de posse da fazenda Buriti a favor do proprietário, o ex-deputado Ricardo Bacha.