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Cidades

Bacha diz que morte é lamentável, mas culpa CIMI por conflito e morte

Ângela Kempfer e Viviane Oliveira | 30/05/2013 11:17
Carro da funerária chega para pegar corpo de homem que morreu durante o confronto.
Carro da funerária chega para pegar corpo de homem que morreu durante o confronto.

O ex-deputado Ricardo Bacha segue neste momento para a fazenda Buriti, em Sidrolândia para retomar a propriedade depois da retirada à força de índios terena que desde o dia 15 estão na propriedade.

No caminho, foi informado sobre a morte de um dos índios durante o conflito. “Isso é mentira, eles mentem muito”, comentou. Mas em seguida, ao saber da confirmação da morte de Oziel Gabriel, Bacha resumiu: “É lamentável”.

Na opinião de Bacha, a ação da Polícia era inevitável. “Não deveria ser dessa forma, mas a lei precisa ser cumprida”, avalia.

O produtor rural atacou o CIMI (Conselho Indigenista Missionário), jogando para a entidade a responsabilidade pelo confronto. “Avisei todo mundo, várias vezes, que haveria morte. A culpa é do Cimi e desse povo que fica incitando índio a entrar nas fazendas.”

Sobre o fato do Cigcoe ter feito a desocupação e não a Polícia Federal, que originalmente seria a responsável pelo cumprimento da reintegração de posse, o ex-deputado avalia que todo o apoio é bem vindo quando o que está em risco é a lei. “Se não for assim, outros grupos organizados vão começar a fazer o que querem no Brasil”, diz.

Segundo ele, os terena já entraram duas vezes na Fazenda Buriti, a primeira em 2003 quando a “retirada foi pacífica”, lembra, feita pela Polícia Federal.

Hoje, por volta das 9h40, quando toda a imprensa já estava na área para acompanhar a retirada dos índios, não havia qualquer representante do CIMI no local. O Campo Grande News falou com um dos coordenadores locais por telefone e a informação foi de apenas naquele momento alguém seria enviado até lá.

Os jornalistas foram impedidos de acompanhar a desocupação. Foram barrados na estrada que dá acesso à fazenda. Para os índios, a ação foi violenta e desmedida. "A gente não tinah nada nas mãos, nem um arco. Eles chegaram atirando de manhã bem cedido. Não deu nem tempo de reagir", conta Alzira Souza, prima do índio Oziel, morto pela polícia durante confronto.

O terena é estudante do Ensino Médio, tinha 35 anos e deixa dois filhos de 15 e 18 anos.

Há informações de outros 5 feridos, entre eles um senhor de 70 anos e um homem de 46, ambos da aldeia Lagoinha que também estava na fazenda.

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