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Capital

“História que estão veiculando não é a real”, diz defesa de 'Coreia'

Advogado afirma que ainda não teve acesso a inquérito, mas já sabe que defesa não será fácil

Luana Rodrigues | 09/01/2017 13:42
Renê Siufi disse que irá conduzir a defesa do caso com cautela. (Foto: Alcides Neto/ Arquivo)
Renê Siufi disse que irá conduzir a defesa do caso com cautela. (Foto: Alcides Neto/ Arquivo)

À frente da defesa do policial rodoviário federal Ricardo Hyun Su Moon de 47 anos, desde sexta-feira (6), o advogado Renê Siufi disse que ainda não teve acesso ao inquérito que investiga os crimes pelos quais seu cliente responde. Apesar disto, diz que conversou com o policial, e pelo que soube, as informações divulgadas sobre o caso não condizem com a verdade.

“Pelo que ele (Ricardo) me contou, a história que estão veiculando não é a real. Ele disse que achou que estivesse em uma situação de perigo, agora precisamos ver se há respaldo para essa versão, para que possamos tomar o melhor caminho para a defesa”, disse Siufi.

Ricardo, o “Coreia”, como é conhecido entre colegas de farda, foi preso preventivamente na manhã de quinta-feira (5) e desde então segue na sede do Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubos a Banco, Assaltos e Sequestros.

No sábado (31), ele matou o empresário Adriano Correia do Nascimento, 33 anos, após briga no trânsito, na avenida Ernesto Geisel, em Campo Grande e agora responde por homicídio doloso, quando há intenção de matar.

O advogado disse que espera analisar o processo até o fim da tarde desta segunda-feira (9), mas já sabe que o caminho para defesa não será fácil. “Não existe processo fácil, todos são difíceis, mas esse é ainda mais, porque já existe uma opinião formada pela sociedade, isso prejudica um pouco”, considera.

Troca -  Ricardo foi preso no dia 31 e, 24 horas depois, acabou solto. Porém, voltou para a prisão após pedido do MPE (Ministério Publico Estadual). A ordem para prender foi dada pelo mesmo juiz na última qunta-feira (5).

Até então, o caso era acompanhado pelo advogado Bento Adriano Monteiro Duailibi, que também esteve no Garras na manhã de ontem (5) acompanhando a prisão do coreano. No entanto, ele representa o SINPRF (Sindicato dos Policiais Rodoviários Federais) e acabou afastado.

Crime – O crime, ocorrido no último dia de 2016, chocou a cidade e protagonizou polêmica entre OAB/MS (Ordem dos Advogados do Brasil) e o Poder Judiciário. O policial conduzia sua Mitsubishi Pajero prata naquela manhã, em sentido à rodoviária de Campo Grande, onde embarcaria para Corumbá (a 419km de Campo Grande), seu posto de trabalho na PRF.

Após uma suposta briga de trânsito, ele atirou sete vezes contra a Hilux branca de Adriano. Ele foi morto com cinco tiros, dois no braço, um no peito, um no pescoço e outro no abdomen. O empresário, dono de dois restaurantes japoneses na cidade, morreu na hora, perdeu o controle do veículo e bateu em um poste.

Um jovem de 17 anos que o acompanha foi baleado nas pernas. Outro acompanhante no veículo, um supervisor comercial de 48 anos, quebrou o braço esquerdo e sofreu escoriações com a batida. Ambos foram socorridos conscientes.

O policial ficou no local do crime e chegou até a discutir com uma das vítimas, mas não foi preso na ocasião, mesmo havendo policiais militares no local. Posteriormente, ele acabou sendo indiciado em flagrante ao comparecer na delegacia com um advogado e representante da PRF.

Em seu depoimento, Moon disse que agiu em legítima defesa depois de ter visto um objeto escuro que poderia ser uma arma, na mão de uma das vítimas, durante a tentativa de fuga do empresário com camionete. Ele também teria sido atingido pela camionete.

No interior do veículo, os investigadores encontraram apenas celulares das vítimas. A Polícia Civil de Campo Grande investiga o caso como homicídio em inquérito. O prazo para conclusão da apuração é de 30 dias.

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