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Capital

Advogado renomado assume defesa de policial que matou empresário

Adriano Fernandes | 06/01/2017 17:20
Renê é conhecido por defender clientes influentes em casos de grande repercussão. (Foto: Alcides Neto)
Renê é conhecido por defender clientes influentes em casos de grande repercussão. (Foto: Alcides Neto)

O advogado Renê Siufi assumiu a defesa do policial rodoviário federal Ricardo Hyun Su Moon, de 47 anos, que está preso preventivamente pelo assassinato a tiros do empresário Adriano Correia do Nascimento, 33, no dia 31 de dezembro, na Avenida Ernesto Geisel, em Campo Grande.

Famoso por assumir casos de grande repercussão, como a defesa de alvos da Operação Operação Coffee Break, e também de investigados pelo Ministério Público na chamada “Máfia do Câncer”, o advogado diz que irá conduzir com cautela o caso do mais novo cliente.

Ele esteve com Ricardo, o “Coreia”, como é conhecido entre colegas de farda, na tarde desta sexta-feira (6) na sede do Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubos a Banco, Assaltos e Sequestros), onde ele esta preso desde a manhã de quinta-feira (5).

“Conversamos esta tarde, mas ainda não tive acesso aos inqueritos. Por enquanto, vou me inteirar melhor sobre o caso para que na segunda-feira já possa ter um melhor posicionamento”, comentou.

Segundo o advogado, o momento pede calma. “O que eu tenho ouvido sobre o assunto é apenas o que a imprensa tem divulgado, o posicionamento de diversos órgãos. Não vou interferir no inquérito, quero que a delegada faça o trabalho dela, pois eu confio no trabalho da polícia. Quero tratar o caso com calma”, completa.

Até então, o caso era acompanhado pelo advogado Bento Adriano Monteiro Duailibi, que também esteve no Garras na manhã de ontem (5) acompanhando a prisão do coreano. No entanto, ele representa o SINPRF (Sindicato dos Policiais Rodoviários Federais). 

Prisão – Ricardo Hyun Su Moon foi preso preventivamente na manhã de quinta e desde então segue na sede do Garras.

No sábado (31), ele matou o empresário Adriano Correia do Nascimento, 33 anos, após briga no trânsito, na avenida Ernesto Geisel, em Campo Grande. Na ocasião, o policial chegou a ser preso, mas foi solto no dia seguinte, (1º de janeiro) pelo juiz José Andrade Neto.

No entanto, o mesmo juiz aceitou o pedido do MPE (Ministério Público do Estado) para decretar a preventiva.

Momentos antes do corpo do empresário ser retirado da camionete após a colisão. (Foto: Alcides Neto)
Momentos antes do corpo do empresário ser retirado da camionete após a colisão. (Foto: Alcides Neto)

Crime – O policial conduzia sua Mitsubishi Pajero prata naquela manhã em sentido à rodoviária de Campo Grande, onde embarcaria para Corumbá (a 419km de Campo Grande), seu posto de trabalho na PRF.

Após uma suposta briga de trânsito, ele atirou sete vezes contra a Hilux branca de Adriano. Ele foi morto com cinco tiros, dois no braço, um no peito, um no pescoço e outro no abdomen. O empresário, dono de dois restaurantes japoneses na cidade, morreu na hora, perdeu o controle do veículo e bateu em um poste.

Um jovem de 17 anos que o acompanha foi baleado nas pernas. Outro acompanhante no veículo, um supervisor comercial, de 48, quebrou o braço esquerdo e sofreu escoriações com a batida. Ambos foram socorridos conscientes.

O policial ficou no local do crime e chegou até a discutir com uma das vítimas, mas não foi preso na ocasião, mesmo havendo policiais militares no local. Posteriormente, ele acabou sendo indiciado em flagrante ao comparecer na delegacia com um advogado e representante da PRF.

Em seu depoimento, Moon disse que agiu em legítima defesa depois de ter visto um objeto escuro que poderia ser uma arma, na mão de uma das vítimas, durante a tentativa de fuga do empresário com camionte. Ele também teria sido atingido pela camionete.

No interior do véiculo, os investigadores encontraram apenas celulares das vítimas. A Polícia Civil de Campo Grande investiga o caso como homicídio em inquérito. O prazo para conclusão da apuração é de 30 dias.

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