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Capital

“Ia fugir e ela não quis se despedir”, alega réu que incendiou casa da ex

Cumprindo pena por tentar matar dois policiais, acusado diz que não tinha intenção de ferir e sim assustar

Bruna Pasche | 22/01/2019 10:23
Thiago é acusado de tentar matar a ex-namorada, incendiando a casa em que ela vivia em 2017. (Foto: Henrique Kawaminami)
Thiago é acusado de tentar matar a ex-namorada, incendiando a casa em que ela vivia em 2017. (Foto: Henrique Kawaminami)

Thiago Paulussi Vazzi, de 30 anos, acusado de tentar matar a ex-namorada, Vera Lúcia Romeiro incendiando a casa dela em 2017, repete em julgamento justificativa conhecida para esse tipo de crime. Alega que não queria machucá-la, só deixar a ex com raiva porque ela se recusou a abrir a porta. O depoimento foi dado durante julgamento na manhã desta terça-feira (21), na 1ª Vara do Tribunal do Júri de Campo Grande.

“Eu fui a casa dela para me despedir porque ia fugir para Minas porque estava sendo ameaçado por uma facção aqui, mas ela não quis me atender, fiquei com raiva e coloquei fogo na cortina dela quando estava indo embora”, descreveu o réu que aparentava estar bem tranquilo durante o julgamento.

O crime aconteceu na noite de 14 de agosto. Thiago arrombou o portão da casa da vítima, na Rua Pasteur, na Vila Piratininga, depois que a mulher evitou recebê-lo e se trancou no quarto. Conforme a denúncia o casal estava separado há dois meses, pois ela passou a temer o comportamento possessivo e violento do acusado, que nega o relacionamento. “Nós só ficamos duas vezes porque eu não tinha muito tempo para a gente se ver”, disse.

Em seu primeiro depoimento à polícia, Thiago relatou que ateou fogo no sofá e foi embora, mas negou a versão diante do juiz. “Em momento algum disse isso, eu estava saindo da casa, no corredor quando peguei meu isqueiro e coloquei fogo na cortina, nunca mencionei sofá, se está ai os policiais estão mentindo”.

Ele então foi embora, deixando a vítima em meio às chamas, que espalharam pela residência dela e de vizinhos. Na época, a vítima disse à polícia que estavam separados há dois meses, pois ela passou a temer o comportamento possessivo e violento do acusado, além de Thiago já ter mencionado em outra oportunidade que iria matá-la. Devido ao incêndio ela perdeu todos os seus móveis.

No júri, Thiago negou as acusações sustentando que não tinha nenhum vínculo amoroso com Vera e que se quisesse mata-la teria feito de outro jeito e diretamente, já que tinha conseguido entrar na residência.

Ele é acusado pelo Ministério Público por tentativa de homicídio qualificado pelo feminicídio e incêndio. De acordo com o advogado de defesa, Ronald Calixto, a estratégia é retirar as qualificadoras. “Eles não tinham um relacionamento, por isso não cabe feminicídio e errou, mas não tinha a intenção de matar”, defendeu.

No dia de sua prisão pela Deco, Thiago tentou atropelar dois policiais e foi atingido por um tiro na perna. (Foto: Divulgação/ Polícia Civil)
No dia de sua prisão pela Deco, Thiago tentou atropelar dois policiais e foi atingido por um tiro na perna. (Foto: Divulgação/ Polícia Civil)

Antecedentes - Um ano antes de agressão a namorada, Thiago também havia sido preso depois de tentar matar policiais civis da Deco (Delegacia Especializada de Combate ao Crime Organizado) durante uma abordagem nas proximidades de um hipermercado, localizado na Avenida Tamandaré, em Campo Grande. Ele já tem passagens por homicídio, roubo, receptação, violência doméstica e crime de trânsito.

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