Acusação diz que PM que matou tenente está ameaçando testemunhas
Os advogados Fábio Ricardo Trad Filho e Luciana Abou Ghattas, agora assistentes da acusação de homicídio contra o sargento da PM César Diniz da Silva, 43 anos, informaram em nota divulgada nesta quinta-feira (6) que o indiciado está ameaçando testemunhas do crime ocorrido no último sábado (1), no bairro Nova Lima (zona norte de Campo Grande), prejudicando as investigações.
Na ocasião, Diniz matou com três tiros em um suposto tiroteio o tenente aposentado da PM João Miguel Além Rocha, 50, cuja família é representada por Trad e Luciana. Um jovem de 18 anos também foi baleado na ação.
Os advogados, além da revelação das ameaças, informam no texto que contestam a informação de que teria ocorrido um tiroteio. “Foi uma execução sumária realizada à sangue frio e ocasionada por uma motivação fútil”, diz a nota.
Trad e Luciana ainda ressaltam que “causou estranheza” o fato do local do homicídio não ter sido preservado, segundo apontaria o boletim de ocorrência, adulterando a cena do crime. “Não se sabe a mando de quem”, diz a nota.
O texto ainda aponta que Rocha não tinha condenações penais ou administrativas, deixa três filhos, mulher e a mãe de 80 anos, que morava com ele. “Todos profundamente abalados, com medo, mas na esperança de que se realize justiça”, aponta a nota.
O Campo Grande News não conseguiu contato com a defesa de Diniz por telefone para comentar as declarações até a conclusão desta reportagem.
A Corregedoria da PM também já abriu inquérito para apurar o caso na esfera militar.
O caso - O tenente aposentado da PM João Miguel Além Rocha, 50 anos, morreu ao ser atingido por três tiros na frente de uma mecânica pelo sargento, ainda da ativa, César Diniz da Silva, 43, na tarde do último sábado.
Ambos começaram a discutir e trocaram agressões por uma desavença na venda de um veículo Nissan Tida preto que Diniz alega ser seu. Até que os disparos foram começaram a ser feitos. O jovem estava em uma bicicletaria na frente do local e acabou atingido.
Diniz, atualmente afastado do trabalho nas ruas por conta de problemas nos ligamentos do tornozelo, se apresentou à Polícia Civil e confessou o assassinato. Foi indiciado e responderá o crime em liberdade pela falta de antecedentes.
O jovem se recupera bem e segundo seus familiares está consciente, mas ainda sentindo fortes dores no local alvejado. Está sem condições psicológicas de falar sobre o ocorrido, segundo os parentes.