Acusada de matar rival por ciúmes do ex-namorado vai a júri em agosto
A Justiça marcou para o dia 18 de agosto deste ano, o julgamento de Thamara Arguelho de Assis, 22 anos, acusada de matar a adolescente Victoria Correia Mendonça, 18 anos, no dia 19 de julho do ano passado. O crime teria sido cometido por ciúmes.
Thamara está presa desde o dia 22 de junho do ano passado e, inclusive, deu a luz a uma menina na prisão. A criança, que atualmente tem seis meses de idade, vive com a mãe na “Unidade Materno Infantil”, no Estabelecimento Penal Feminino “Carlos Alberto Jonas Giordano” (EPFCAJG), em Corumbá – distante 419 quilômetros de Campo Grande.
O presídio é o único no Estado que abriga no mesmo espaço o berçário e alojamento das internas.
Crime - Victoria foi morta com um tiro na cabeça e outros três pelo corpo, na madrugada de terça-feira (19), na Rua Luiz Bento, Vila Popular, em Campo Grande. Uma testemunha contou à polícia que a vítima discutia com uma mulher em frente de casa, quando foram feitos cinco disparos.
A autora era Thamara. “Para quê esta arma e aquele mototaxista na esquina?”. “Porque eu vou te matar, vagabunda”. Estas foram as últimas palavras trocadas entre as duas.
O diálogo foi relatado por Thamara à delegada Rosely Dolor, da 7ª DP (Delegacia de Polícia), que classificou a autora como “fria e perigosa”. O motivo do crime? Ciúme.
Segundo Thamara, no fim de semana anterior, Victória postou no Facebook uma foto ao lado de Weverton Silva Ayva, de 28 anos – o rapaz, por sua vez, seria ex-namorado de ambas.
Naquela noite de terça, Thamara contou à polícia que tomou quatro latinhas de cerveja, pegou um revólver – não soube especificar qual e que até agora não foi encontrada – chamou um mototaxista e foi até a casa da ‘rival’, na Vila Popular.
Chegando lá, mandou o piloto ficar na esquina e foi tirar satisfações com Victória, quando aconteceu o diálogo derradeiro. Em seguida, a garota pegou o mototáxi e fugiu, passando os dias seguintes perambulando pelas casas de parentes – sem, segundo a própria, ter ido para Aquidauana, como chegou a ser divulgado em outras ocasiões.
Arrependimento - Em depoimento prestado à Justiça seis meses após o crime, a assassina que confessou o crime se disse arrependida e que já estava “pagando” pelo que fez.
“O que aconteceu na minha vida depois que eu fiz isso, eu tenho certeza de que é a mão de Deus pesando”, disse Thamara, à Justiça.
A acusada “justificou” o crime dizendo que sentia raiva das provocações de Victória, com relação ao namoro dela com Weverton. “As nossas provocações aconteciam mais no Whatsapp. E depois que ela descobriu que eu estava grávida, ela voltou a se relacionar com ele", contou.
Apesar da “raiva” que diz que sentia, Thamara alega que o crime não foi premeditado e que não dificultou a defesa da vítima. “Eu acho que eu não dificultei nada, porque desde quando eu cheguei e mostrei para ela o revólver, ela teve oportunidade de correr ou de entrar pradentro, ou de não ter falado nada”, argumentou.
Em depoimento, a acusada também afirmou que mesmo estando grávida, bebeu no dia do crime e que só atirou porque a vítima disse que não se arrependia de ter se relacionado com o namorado dela.
"No dia, eu perguntei se ela se arrependia, ela disse que não se arrependia. Ela era muito debochada! Ela debochava demais. Ela procurava.”, disse.
Arrependimento que a acusada diz ter “sobrado” para ela, já que hoje, “paga” em conseqüência do que fez: “Eu não sei se vocês sabem, mas o Weverton está morto. Eu não sei se vocês sabem, mas eu fui transferida para outro presídio. Eu não tenho que ficar chorando, eu não tenho que ficar.. Eu choro, você tá ligado? Eu tenho certeza de que eu estou pagando pelo que eu fiz. Eu poderia ter dado só uns tapas nela, e não ia estar desse jeito a minha vida.”, diz.
Weverton, "pivô" do crime, foi assassinado em setembro, quando saia do Estabelecimento Penal de Regime Aberto e Casa do Albergado de Campo Grande.