Agetran terá radar móvel contra motociclista que abusa da velocidade
Dados da Santa Casa divulgados pela Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito) indicam que no primeiro trimestre deste ano, das 272 pessoas internadas por causa de acidentes no trânsito, 230 eram motociclistas. Para tentar minimizar esta situação e reduzir ainda mais o número de mortos envolvendo condutores de motos, que somaram este ano até agora 72 pessoas, a Agetran começará a utilizar um radar móvel em diversos pontos da cidade, para flagrar aqueles condutores que não respeitam as leis de trânsito e abusam da velocidade.
O diretor presidente da Agetran, Rudel Trindade, ressalta que os agentes não vão sair por aí multando sem antes promover uma campanha de conscientização. Mas já nesta segunda-feira alguns técnicos começam a fazer testes com o radar móvel que foi recentemente adquirido pela Agetran. “Vamos iniciar os testes, mas primeiro vamos fazer uma campanha, fazer uma pesquisa, dialogar com o cidadão”, explicou Rudel.
Embora as estatísticas mostrem que em 2012, comparado com 2011, houve uma pequena redução nos casos de acidentes com mortes no trânsito, mesmo assim, os casos que envolvem acidentes e mortes com motocicletas, vêm preocupando as autoridades que buscam soluções para minorar essa tragédia. Dados divulgados pelo GGIT (Gabinete de Gestão Integrada do Trânsito) mostram que até o último dia 5, morreram 114 pessoas em acidentes, destas, 72 eram motociclistas. Em 2011, morreram 132 pessoas, das quais, 82 eram motociclistas.
Crescimento da frota - Segundo Rudel, as taxas dos acidentes caem timidamente porque aumenta o número de motocicletas no trânsito. Enquanto a frota de veículos aumenta em torno de 8% por ano, a frota de motos cresce de 14% a 18% por ano. Dados atualizados indicam que a frota de Campo Grande chegou a 445 mil veículos (Dados do Detran-MS em agosto indicavam 429 mil veículos, dos quais 125 mil entre motos e motonetas). A falta de preparo nos condutores, já que grande parte trafega sem habilitação, é outro fator que contribui para engrossar as estatísticas.
“Se o índice de acidentes diminuiu comparado a 2011 é porque a fiscalização foi intensificada pela Ciptran [Companhia Independente de Policiamento de Trânsito], por meio de blitz, e pela Agetran, que aumentou o número de agentes. O resultado é que o número de motociclistas flagrados em blitz foi absurdo”, analisa Rudel Trindade. Além da fiscalização rigorosa, ele conta que a Agetran passou a adotar outro procedimento. O dono da moto encontrada com pessoa não habilitada é responsabilizado.
Mediante um acordo com a Secretaria de Segurança Pública, o boletim de ocorrência do acidente é repassado para o delegado. “O delegado abre um inquérito e manda para o juiz. Esse é um padrão nosso para que as arbitrariedades cometidas no trânsito não fiquem impunes”, afirma.
Com a utilização do radar móvel, a Agetran irá intensificar a fiscalização para apanhar os infratores. “Hoje o cidadão sabe onde está o radar e só reduz ali. Então você tem que pegar aquele cidadão que é notoriamente abusado, que não respeita mesmo, que anda em alta velocidade. O importante é que o cidadão pense: tenho que maneirar a velocidade, porque numa hora de bobeira vou ser pego”, finalizou Rudel Trindade.
