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Capital

Ainda sem espaço para jogar entulho, caçambeiros fazem novo protesto

Fechamento do aterro deixou 3 mil caçambas de entulho sem destino

Luana Rodrigues | 19/12/2016 17:39
Caminhões ocuparam uma das faixas da Avenida Afonso Pena, durante carreata. (Foto: Alcides Neto)
Caminhões ocuparam uma das faixas da Avenida Afonso Pena, durante carreata. (Foto: Alcides Neto)

Caçambeiros fizeram um novo protesto, na tarde desta segunda-feira (19), na Avenida Afonso Pena, em Campo Grande. Na última quinta-feira (15), eles já haviam protestado contra a interdição do aterro de entulhos no Jardim Noroeste, que deixou 3,8 mil caçambas à deriva na Capital.

Cerca de 20 caminhões desceram pela Afonso Pena, no sentido Parque dos Poderes/ Centro, até chegaram em frente a prefeitura da Capital. No local, os caçambeiros deram duas voltas em torno da quadra do Paço Municipal, ao mesmo tempo em que faziam um “buzinaço”.

“A gente quer que a prefeitura tome alguma providência, porque nós estamos sem poder trabalhar. Eu sustento minha família com esse emprego e se não arrumarem para depositarmos o que recolhemos vamos ficar sem emprego”, diz o caçambeiro, Francisco Pita.

Os caçambeiros dizem que atualmente estão jogando o material recolhido em um terreno na saída para Sidrolândia, que segundo eles, também não tem licença ambiental, por isso, temem que o espaço também seja fechado. “Lá tem sido nossa segunda opção, mas sabemos que não é um local correto para jogar os entulhos, acho que vão fechar e ai que vamos ficar a deriva mesmo”, comenta.

Ainda conforme os manifestantes, caso a prefeitura não indique outro local para que possam depositar o material que recolhem, amanhã haverá um novo manifesto. “Vamos parar em frente a prefeitura e buzinar até que o prefeito tome uma atitude”, conta Pita.

O protesto começou por volta das 15h e chegou ao fim perto às 17h.

Aterro fechado - A interdição do aterro de entulhos no Jardim Noroeste na última quinta-feira (15), deixou 3.800 caçambas à deriva em Campo Grande. Apesar de funcionar por anos sem licença ambiental, o local era o único destino “oficial” para as mais de 1.400 toneladas diárias de RCC (Resíduos da Construção Civil) produzidas diariamente na cidade.

Uma vistoria feita em julho pelo Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul) constatou que no aterro há triagem superficial dos resíduos, permitindo ingresso de resíduos recicláveis e orgânicos.

Autor da decisão, o juiz da 2ª Vara de Direitos Difusos, Coletivos e Individuais Homogêneos, David de Oliveira Gomes Filho, disse na semana passada à reportagem que o aterro precisa passar por uma série de adequações, como fechamento no entorno e proibição da entrada de lixo hospitalar.

A cidade já teve quatro pontos para aterro de entulho, que foram fechados. Em maio do ano passado, uma área na saída para Sidrolândia chegou a ser avaliada pela prefeitura para receber os entulhos, mas não houve transferência do aterro.

Também em 2015, reportagem do Campo Grande News mostrou que o entulho que invade Campo Grande poderia ter mais uma função do que atravancar os caminhos, superlotar o único aterro e dar dor de cabeça aos moradores.

Uma possibilidade para transformar problema em solução era o modelo adotado em São José do Rio Preto ( São Paulo), onde, na central de tratamento de resíduo, o concreto seguia para um britador e a madeira era picada.

 

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