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Capital

Alvo de operações, HU enfrenta restrição na realização de exames

Funcionários do hospital dizem que pacientes recorreram a unidades de saúde

Gabriel Neris | 15/02/2018 17:22
Direção afirma que atendimento no Hospital Universitário foi normalizado (Foto: Marcos Ermínio/Arquivo)
Direção afirma que atendimento no Hospital Universitário foi normalizado (Foto: Marcos Ermínio/Arquivo)

Alvo de operações da Polícia Federal nos últimos anos, a mais recente no fim de janeiro, o Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian, em Campo Grande, enfrenta restrições na realização de exames. Funcionários do hospital afirmam ao Campo Grande News que testes laboratoriais não estão sendo realizados se não forem de urgência ou para pacientes no CTI.

Um dos funcionários afirma que há priorização na realização dos exames e que aqueles considerados de rotina foram suspensos. Até mesmo exames de sangue foram afetados. Os pacientes tiveram que buscar atendimento particular ou se deslocar as unidades de saúde do município.

Procurada pela reportagem, a gerente de Atenção à Saúde do hospital, Andréa Lindenberg, afirmou que o atendimento está ocorrendo normalmente e que a priorização dos exames ocorreu no final do ano passado. “Algumas questões foram consideradas prioritárias”. Ela disse ainda que alguns “setores do hospital estão passando por reajustes”.

Cláudio César da Silva, superintendente do HU, confirmou que “houve priorização do atendimento, voltando ao equilíbrio [financeiro] do hospital”. O diretor também disse que em alguns momentos do ano passado faltaram materiais para a realização de exames, diante da dificuldade financeira, mas, segundo ele, a situação já foi normalizada. Cláudio assumiu a função no início de outubro do ano passado.

O Hospital Universitário tem aparecido frequentemente no noticiário policial. Em 2013 foi alvo da Operação Sangue Frio, que desmantelou um esquema de médicos que desmontavam o atendimento público para criar um monopólio. A ação foi batizada de “Máfia do Câncer”.

Neste ano, a PF (Polícia Federal) e a CGU (Controladoria-Geral da União) investigaram um esquema de fraude em licitações, sobrepreço e desvios de materiais hospitalares, um prejuízo estimado em R$ 3,2 milhões aos cofres públicos. A organização criminosa também atuava no Hospital Regional Maria Aparecida Pedrossian.

A força-tarefa foi batizada de Operação Again (novamente, em inglês) e resultou em duas prisões. Servidores do hospital também estavam na mira da PF.

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