Amigos lamentam ter de se despedir tão cedo de PRF que adorava aventuras

No velório de Joílson Soares Xavier, o policial rodoviário federal aposentado que morreu num acidente nesse domingo (30), aos 51 anos, os amigos só tinham palavras de carinho e de saudade. Motociclista apaixonado por aventura, Joílson foi velado das 13h até 15h no cemitério Memorial Park, em Campo Grande.

Muito abalada, a família não quis conversar com a imprensa. Apenas amigos falaram da surpresa em se despedir tão cedo de alguém que era cheio de vida. Como de praxe, a PRF esteve presente e disse em nome da instituição sobre o choque da notícia.

"Todo velório de servidor nós prestamos homenagens póstumas, fazemos o acompanhamento tanto do velório quanto do enterro. Foi um choque a morte tão repentina do Joílson", disse um policial em nome da corporação.

Administrador rural, Paulo Roberto Aniz, de 65 anos, também é motociclista e conheceu Joílson há 15 anos. "Não éramos do mesmo motoclube, mas às vezes ele fazia viagens conosco. Era muito carinhoso, pensa num rapaz que beijava todo mundo, abraçava. Era muito carismático", conta o amigo.

No dia do acidente, o policial aposentado iria com a turma dele para uma viagem a São Gabriel, mas acabou indo para um destino diferente com outro clube. "Ele era tão querido, se enturmava facilmente com todo mundo. É uma perda muito grande", diz.

Professores de inglês de Joílson e da esposa, William Langer, de 29 anos e Mayara Azevedo, de 27, foram se despedir do aluno e levar consolo à mulher do policial. "Conhecemos ele em janeiro, tinha um grande coração, era muito extrovertido, brincalhão. Elogioava todo mundo, sempre tinha um elogio", falam os professores.

Muito aventureiro, Joílson tinha comprado a Suzuki há um mês, antes dela, andava de Harley.

Vizinha do casal, a autônoma Rosana de Lima, de 54 anos, recorda que desde que se mudou para o condomínio, há dois anos, foi muito bem recebida por Joílson. "Ele foi muito prestativo, era a pessoa mais maravilhosa que já conheci, transmitia uma alegria, me recebeu com tanto carinho que me fez sentir acolhida", fala.

Ao saber da morte pelo grupo de Whats do condomínio, Rosana comenta que de início pensou que a causa fosse covid. "Mas aí falaram que ele tinha sofrido um acidente de moto, todos ficaram muito abalados. A família e os amigos perderam um grande homem", resume.

Tragédia - O acidente aconteceu no Km 305 da BR-262, a 20 quilômetros do Centro de Campo Grande. Segundo a Polícia Civil, Joílson seguia em alta velocidade, não conseguiu fazer a curva fechada e bateu de frente com um Mitsubishi Pajero.

O policial pilotava uma Suzuki de alta cilindradas, que havia comprado há cerca de 1 mês. Joílson integrava o comboio, no sentido Três Lagoas/Campo Grande, quando perdeu o controle da direção. A colisão foi de frente e a motocicleta de Joílson ficou totalmente destruída.

O PRF morreu na hora. A policia constatou que ele estava a mais de 100km/hora e investiga se ele atingiu os 200 km/hora. Ainda conforme a perícia, não havia sinais de frenagem no asfalto, nem da moto, nem da caminhonete. O que indica que não houve tempo de nenhum dos motoristas reagir e tentar evitar a colisão.