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Capital

Após 2 meses, clínica investigada prossegue com atendimento ao SUS

Aline dos Santos | 07/05/2013 18:37
Segundo Ivandro, providências serão tomadas ao fim do trabalho da força-tarefa.(Foto: Marcos Ermínio)
Segundo Ivandro, providências serão tomadas ao fim do trabalho da força-tarefa.(Foto: Marcos Ermínio)

Após quase dois meses da Operação Sangue Frio, a clínica Neorad , investigada na ação da PF (Polícia Federal), segue prestando serviço para rede pública de saúde de Campo Grande

.A explicação é que o atendimento privado possui o aparelho necessários ao procedimento de radioterapia. O outro está no Hospital do Câncer e o HU (Hospital Universitário) reativa, aos poucos, o serviço. Os dois hospitais também foram alvos da operação. A suspeita é que a rede pública foi desmontada para privilegiar o setor privado.

De acordo com o secretário municipal de Saúde, Ivandro Fonseca, a Prefeitura, que faz a gestão dos recursos do SUS (Sistema Único de Saúde) em Campo Grande, não efetua repasse direto para clínica. Ele explica que o convênio é com os hospitais. Segundo o secretário, o atendimento não pode ser interrompido devido à necessidade dos pacientes.

Hoje, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, veio a Campo Grande e anunciou a criação de uma força-tarefa para investigar o atendimento em oncologia na rede pública e privada. “Caso seja comprovada irregularidade, serão tomadas providências cabíveis”, declarou o secretário.

De acordo com diretor-geral do Hospital do Câncer, Jeferson Baggio, desde agosto do ano passado foi encerrado o contrato com a Neorad para serviço de radioterapia. No entanto, os serviços médicos só foram suspensos ontem.

Até agosto do ano passado, o nome oficial da empresa era Saffar e Siufi Ltda. Depois da rescisão, o contrato foi com a Siufi e Saffar Ltda. As duas têm o mesmo quadro societário: Adalberto Abrão Siufi e Issamir Farias Saffar.

Adalberto Siufi era diretor-geral do Hospital do Câncer até as denúncias virem à tona. A autocontratação de empresa é proibida por lei. Entre 2007 e 2010, a Saffar e Siufi recebeu R$ 12,7 milhões. O detalhe é que o contrato previa o pagamento do valor estipulado pelo SUS, mais acréscimo de 70%.

No Estado, o Hospital do Câncer é o único que oferece os três tratamentos para a oncologia: cirurgia, quimioterapia e radioterapia.

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