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Capital

Após contratação de médicos, falta de pediatra ainda atormenta pais

Aliny Mary Dias | 08/04/2014 09:00
Mãe precisou voltar para casa porque não há pediatras na UPA (Foto: Marcelo Victor)
Mãe precisou voltar para casa porque não há pediatras na UPA (Foto: Marcelo Victor)

Apesar da contratação de 84 novos médicos para centros de saúde 24 horas e UPAs (Unidades de Pronto Atendimento) da Capital há uma semana, a reclamação por parte dos usuários continua e os novos profissionais não suprem a falta de médicos especialistas como pediatras, uma das maiores reclamações das famílias.

Na UPA do bairro Universitário, há dias os pais não encontram pediatras. No último fim de semana, por exemplo, só havia o especialista no domingo à noite. Nesta terça-feira (8), a falta de profissionais foi comprovada pela reportagem.

Lucimar Aparecida tem 22 anos e duas filhas, uma de 3 anos e outra de 1 ano e 2 meses. As crianças estão com febre desde sábado e a mãe, que vive no Bairro Rouxinóis, não conseguiu atendimento até hoje.

Depois de uma nova tentativa da manhã de hoje, por orientação do serviço de regulação do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), Lucimar procurou a UPA do bairro Universitário, mas precisou voltar para casa sem atendimento.

“No telefone me disseram que teria pediatra a partir das 8 horas, mas cheguei aqui e falaram que só vai ter 13 horas. Vou voltar para casa e tentar ir no Coronel Antonino porque os atendentes disseram que lá tem médico”, explica a jovem que precisará ir da região sul à região norte da cidade em busca de pediatra.

Em sala de espera, usuários esperam atendimento (Foto: Marcelo Victor)
Em sala de espera, usuários esperam atendimento (Foto: Marcelo Victor)

Ainda mais cedo, por volta das 7h30, dezenas de pais foram embora sem atendimento segundo relatos de uma das pacientes que pediu para não ser identificada. “Tinha uma fila bem grande de crianças e os atendentes disseram que só vai ter pediatra de tarde. Muitos ficaram aqui reclamando e outros foram embora de tarde. É muito complicado porque tem gente que atravessa a cidade para vir aqui”, diz.

Em relação aos clínicos gerais, maior procura da unidade, o atendimento era regular na manhã de hoje. Apesar de a sala de espera bastante cheia, vários pacientes saíam satisfeitos com o atendimento.

Maria do Carmo, de 60 anos, foi com o marido em busca de um clínico. Ela conta que saiu do bairro Pioneiros, também na região sul, e chegou na UPA às 6h30. Duas horas depois, o casal foi atendido. “Demorou um pouco, mas o atendimento foi bom e está tendo médico”, explica a aposentada.

Contratação – Do anúncio da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) sobre a contratação de 134 médicos, 84 começaram a atuar em centros 24 horas e UPAs. O déficit da Capital, segundo a Sesau, é de 50 médicos.

O secretário Jamal Salém disse na última semana que o quadro ainda não foi totalmente preenchido porque houve demora na nomeação. Como o processo seletivo ocorreu há oito meses, muitos médicos não quiseram mais trabalhar no município, viajaram ou buscaram outra ocupação.

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