Após invasão, União estuda fazer casas e dono põe segurança em área particular
No sábado, lotes chegaram a ser demarcados com fita zebrada no bairro Rita Vieira

Ponto rotineiro de tentativas de invasão, como a registrada no último sábado (dia 22), área no Bairro Rita Vieira, em Campo Grande, pode receber moradias e obra de prolongamento de avenida (a depender do projeto da União, dona de parte do terreno), enquanto que proprietário de parcela da terra colocou segurança particular.
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Após uma tentativa de invasão no Bairro Rita Vieira, em Campo Grande, a União estuda destinar parte do terreno para moradias e prolongamento de avenida. O local, alvo de invasões, pertence ao Dnit e à SPU/MS, que busca parceria com a Agehab para construção de casas. Enquanto isso, o proprietário de parte da área colocou segurança privada. No sábado, um grupo tentou invadir o terreno, mas foi impedido pela polícia. Moradores locais temem que a área se torne uma favela e pedem limpeza e fiscalização. A prefeitura acompanha a situação e pode tomar medidas judiciais.
De acordo com o titular da SPU/MS (Superintendência do Patrimônio da União em Mato Grosso do Sul), Tiago Botelho, parte do terreno é do Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) e outra parcela é da superintendência.
“Nós da SPU já pedimos ao Dnit a integralidade da área, para dar visibilidade na destinação pública e social para construção de logradouro e moradia, mas até o momento não obtivemos resposta do órgão”, afirma Botelho.
Ainda de acordo com ele, a prefeitura tem pedido para prolongamento de avenida. O plano também inclui construção de casas em parceria com a Agehab (Agência Estadual de Habitação Popular).
“Estamos trabalhando para vencer a burocracia e dar uma utilidade, mas preciso do Dnit. Tomamos conhecimento de possível ocupação e já acionamos as medidas cabíveis”, diz Botelho.
No sábado, grupo de 50 pessoas tentou invadir área, localizada em região com acentuada expansão imobiliária em Campo Grande. O terreno, tomado por mata, fica na Rua Semiramis.
“Nossa briga sempre foi que essa parte da União seja trocada com área da prefeitura, que tem perto do aeroporto. A nossa intenção é que seja feita a Orla Rita Vieira aqui. Uma limpeza, uma organização. Mas não acho ruim se fossem feiras casas populares, desde que realmente tenha uma finalidade esse terreno e não ficar no abandono”, afirma Iara Leite, 45 anos, presidente do bairro e comerciante. Ela pede por limpeza do terreno.

“A pessoa vê um mato alto e pensa que está abandonado, que pode invadir. Precisa de limpeza e da fiscalização, tantos nas áreas públicas quanto privadas”, diz Iara.
O metalúrgico Luciano Ferreira, 50 anos, que mora em frente terreno teme que o local vire uma favela.
"Eu não acho justo eles fazerem invasão assim, porque eu moro de aluguel, quero comprar casa, mas não consigo. Aqui vai virar uma favela se invadir, vai começar a aumentar a taxa de criminalidade do bairro, não é bom para ninguém. A região é tranquila, é sossegada. A primeira coisa que iam fazer é pegar luz e água clandestina. De onde? A gente já paga um absurdo de água, ia pagar por eles também? Não é justo. O certo é eles entrarem dentro do sistema de assistência social, procurar os meios legais. Invasão e tomar à força, não", afirma Luciano.
Segurança - A parte da área que é particular motivou registro de ocorrência por “esbulho possessório” na tarde de segunda-feira (dia 24). Diante do que seria uma nova tentativa de invadir terreno. Desta vez, na manhã de ontem e pela Rua Semiramis, no fundo da área.
De acordo com o Boletim de Ocorrência registrado por representante do Grupo El Kadri Participações e Investimentos Imobiliários, dois homens confirmaram aos policiais que estavam no local para invadir porque era área abandonada. Dentro de um veículo, havia faixa zebrada, fios e enxadas. Os homens foram embora. O registro foi feito na Depac Cepol (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário), no Bairro Tiradentes.
No local, um segurança, que não quis se identificar, disse que vai ficar lá para acionar a PM (Polícia Militar) em caso de nova tentativa de invasão.
“Se chegar gente para invadir de novo, vamos acionar a polícia pelo 190. Estamos aqui para mostrar que é uma área privada. Outra equipe vai começar a limpeza do terreno, são três homens, devem demorar cerca de uma semana, como é um terreno grande. Também vão melhorar essa cerca”, diz o segurança. A reportagem não conseguiu contato com o grupo.
Sábado – Numa grande movimentação, os lotes chegaram a ser marcados com fita zebrada e a identificação dos futuros ocupantes escrita em pedaço de papelão. A ação deixou os moradores alarmados pela rapidez com que o grupo chegou, com pessoas distribuídas em van e carros.
Com a chegada da polícia, os invasores desistiram e foram embora. No local, estavam cinco viaturas da PM (Polícia Militar), uma do Batalhão de Choque da PM, uma da GCM (Guarda Civil Metropolitana) e duas motocicletas da guarda.
A prefeitura de Campo Grande acompanhou a situação por meio da Semades (Secretaria de Meio Ambiente, Gestão Urbana e Desenvolvimento Econômico, Turístico e Sustentável). A medida foi em cumprimento à legislação municipal, conforme o Código de Polícia Administrativa. "Verificada a invasão de logradouro público, o Executivo Municipal promoverá as medidas judiciais cabíveis para pôr fim à mesma".
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