Anta invade casa de ração no interior para fazer uma boquinha

Uma anta macho apelidada de Tico voltou a ser flagrada invadindo residências e comércios para ganhar um almoço grátis. Dessa vez, a invasão foi a um estabelecimento veterinário de Anaurilândia, município a 379 quilômetros de Campo Grande, no último sábado (22). O vídeo gravado no dia viralizou hoje (25) nas redes sociais.

No vídeo, o animal é visto comendo um prato de ração e depois segue cheirando os outros produtos do local. A cena gerou risos, e uma pessoa que filmou brincou dizendo que a anta "estava caçando o que é bom".

Quem registrou a cena foi Sidney Fernandes, vendedor. "Tico é nosso conterrâneo aqui, ele está sempre na cidade. Passa por todo o lugar, e a gente sempre dá algo pra ele comer, dá água pra ele tomar", disse.

No entanto, o comerciante disse que anta é comportado. "Quando ela entrou, eu disse: 'Não vai rasgar saco, hein', e parece que ela entendeu. Não mexeu em nada além do pote", caracteriza.

Tico é figurinha carimbada da cidade por sua convivência com os moradores. Conforme já noticiado pelo Campo Grande News, ele foi inicialmente encontrado em uma propriedade rural, em estado debilitado e magro, e começou a ser alimentado por um fazendeiro.

Com o tempo, o animal se acostumou a frequentar outros locais, até chegar à casa de Cristina Tomazini, uma das moradoras de Anaurilândia. Segundo ela, Tico ficou "mal acostumado" e passou a voltar todos os dias. "Ele ficou atraído pelas frutas do quintal na casa do meu pai, aparece sempre para comer", brinca.

A pedido da reportagem, Patrícia Medici, coordenadora da Incab (Iniciativa Nacional para a Conservação da Anta Brasileira), explicou que a presença de antas é comum em Mato Grosso do Sul, incluindo áreas urbanas, como Campo Grande.

No caso de Tico, ela destacou que o animal aparenta estar confortável perto das pessoas e pode ter crescido na região. No entanto, ela alerta que, apesar do comportamento dócil, antas têm instinto selvagem e podem ser agressivas, especialmente em espaços confinados.

"A gente consegue detectar que ela é alimentada, e pelo fato dela estar ali, aparenta estar relativamente confortável na presença das pessoas. Então a gente deduz que ela tenha crescido por ali, o que também é uma coisa bem comum no Estado", destaca.

Apesar da cena fofa, Patricia lembra que o animal tem um instinto selvagem e em espaços contidos ela pode apresentar comportamento um pouco agressivo. "É um animal grande, de 200, 300 quilos, então ela pode causar estragos. É um animal que morde, que se debate e pode causar um impacto. Nós temos muitos relatos de pessoas que foram mordidas ou feridas por antas fêmeas, com filhotes", finaliza.

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