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Capital

Após protestos, pedreiros contratados pela Morhar recebem salários

Apesar disso, entrega dos materiais de construção dos moradores segue sem previsão para ser feita

Nyelder Rodrigues e Christiane Reis | 20/10/2016 20:57

Os trabalhadores contratados pela Morhar Organização Social, ONG que firmou convênio com a prefeitura de Campo Grande para fornecer material e mão de obra para a construção de casas de alvenaria nas áreas para as quais foram transferidos os moradores da favela Cidade de Deus, receberam nesta quinta-feira (20) os salários atrasados.

Durante a semana, vários protestos foram realizados pelos trabalhadores e moradores dessas áreas, como fechamento da BR-262, na altura do lixão, e a interdição da rua Catiguá. A primeira ação foi feita por quem participa do mutirão no Dom Antônio Barbosa, enquanto a segunda contou com pessoas do Jardim Canguru.

"Vou ficar bem mais tranquila agora com a família. Espero que a partir de amanhã também comece a chegar os materiais de construção", diz a dona de casa Edivânia de Souza, de 29 anos, que mora no Jardim Canguru e é casada com Marcos Roberto Pereira, que também trabalhou para a ONG.

"Estão agora à noite aqui no Dom Antônio fazendo o pagamento. Estão indo bairro por bairro. Mas muita gente não quer mais trabalhar para eles, por causa do atraso. Isso ainda não sabemos como ficará", explica um dos mestres de obra contratados, Marco Aurélio Andrade, de 31 anos.

Segundo Marcos Roberto, apesar da quitação dos débitos salariais, que se estendiam por dois meses, nenhuma informação foi repassada para os moradores sobre a regularização dos repasses de materiais de construção. A reportagem tentou contato com os representantes da ONG para conseguir uma posição sobre a situação, mas não teve êxito.

Mudança – Desde março, 314 famílias que viviam na favela Cidade de Deus, próxima ao lixão de Campo Grande, vivem em três áreas nos bairros Vespasiano Martins, Canguru, Teruel e Bom Retiro, depois de uma decisão da Justiça.

Nos locais, foi implantado o programa "Mutirão Assistido", que consiste na construção de casas, onde a prefeitura banca 40% da construção e o morador pagará os 60% restantes parcelados junto ao valor do terreno.

Cada casa custa R$ 12 mil e o terreno onde as famílias foram instaladas R$ 24 mil. A Emha (Agência Municipal de Habitação) deve fazer a regularização das áreas e o valor poderá ser pago pelas famílias em 300 parcelas de R$ 120.

Em julho, o prefeito Alcides Bernal (PP) lançou algumas moradias sem forro, reboco e com as instalações hidráulicas aparentes. Esta é a realidade da maioria das "residências".

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