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Após três anos, Aquário do Pantanal é retomado com conserto de vidros

Vidros danificados durante este tempo em que a obra ficou parada estão sendo substituídos; previsão da conclusão do Aquário é 2020

Maressa Mendonça | 14/11/2019 17:29
Obras no Aquário do Pantanal foram retomadas (Foto: Paulo Francis)
Obras no Aquário do Pantanal foram retomadas (Foto: Paulo Francis)

As obras no Aquário do Pantanal foram retomadas na última semana após três anos de paralisação. Nesta quinta-feira (14), havia movimentação de trabalhadores arrumando os vidros da obra e também atuando na instalação de rede para acesso à internet. A expectativa do Governo do Estado é finalizar os trabalhos até o fim de 2020.

Conforme apurou a reportagem do Campo Grande News, os trabalhadores percorreram toda a extensão das obras em busca destes vidros danificados. Na entrada do Aquário foram observados ao menos cinco placas trincadas. Com tempo nublado, como o de hoje, fica mais fácil enxergar os defeitos.

Funcionária de um trailer de lanches na Avenida Afonso Pena, Ana Paula Alencar conta ter observado a movimentação de muitos veículos esta semana no estacionamento do Aquário. “Essa semana teve até container”, lembra a jovem na torcida pela conclusão rápida dos serviços. “Quando ficar pronto vai melhorar muito”.

Os vidros usados no Aquário do Pantanal foram importados. A ideia do material usado na obra é permitir a entrada da luminosidade e ao mesmo tempo bloquear o calor para evitar a sobrecarga dos climatizadores que serão utilizados.

Com tanto tempo de obra parada, os primeiros trabalhos foram feitos em 2011, algumas destas placas de vidro acabaram danificadas. O Governo do Estado lançou recentemente uma licitação para a substituição destes vidros e as obras estão em andamento.

Outras duas licitações para a conclusão do Aquário também foram realizadas. Uma delas é para a cobertura metálica e outra para revestimento composto.

De acordo com a assessoria de imprensa do Governo, a primeira está em fase de empenho e contrato. A empresa que venceu a licitação, Montagna Estruturas Metálicas, deve assinar o contrato em breve e em seguida será dada ordem de serviço, a partir daí, a empresa tem cinco dias para iniciar a obra.

Em se tratando da licitação sobre o revestimento, as duas empresas que concorreram ao edital de licitação do revestimento composto foram inabilitadas por ausência de cumprimento de exigências previstas no edital. Será aberto prazo para que ambas se readequem e, sendo assim, possam ser habilitadas para a concorrência.

Outras licitações ainda deverão ser lançadas pelo Governo do Estado para a conclusão das obras. São elas: cenografia, impermeabilização dos tanques e climatização. A previsão de entrega da obra é fim de 2020.

História - Em 2011, a Egelte Engenharia venceu licitação para construir o Centro de Pesquisa e de Reabilitação da Ictiofauna Pantaneira, nome oficial do aquário, por R$ 84 milhões. A obra foi lançada em 23 de maio de 2011 e deveria ser entregue em 11 de outubro de 2013, aniversário de criação de Mato Grosso do Sul.

Mas em 9 de outubro de 2013 o primeiro aditivo do contrato prorrogou o fim da obra por mais um ano. Em fevereiro de 2014, o contrato teve acréscimo de R$ 21 milhões e trocou de mãos, sendo repassado em subempreita para a Proteco Construções. Desta forma, o valor chegou a R$ 105,8 milhões. Os outros três termos aditivos foram prorrogando o fim da obra, que deveria terminar em 16 de dezembro de 2015.

A cada ano, o valor final sofre reajuste pelo INCC (Índice Nacional de Custo de Construção), taxa calculada pela FGV (Fundação Getúlio Vargas). Desta forma, conforme levantamento da CGU (Controladoria-Geral da União), o custo chegou a R$ 123.467.038,08, resultante dos R$ 105 milhões acrescidos de R$ 17,6 milhões do reajustes pelo índice.

No ano de 2016, após a operação Lama Asfáltica apontar irregularidades na transferência da obra para a Proteco, o empreendimento voltou para a Egelte. Entretanto, apesar da reativação de contrato, a obra não caminhou de fato. Em 22 de novembro de 2017, o governo estadual confirmou o rompimento do contrato com a Egelte, alegando que a empresa não tinha condições de concluir o Aquário.

Segunda colocada na licitação, a Travassos e Azevedo havia cotado, em 2011, seus serviços em R$ 88 milhões. Chamada para assumir o serviço em novembro de 2017, ela recusou o contrato. Neste cenário, surgiu um grande acordo entre o atual governo, MP/MS e TCE/MS (Tribunal de Contas do Estado) para terminar a obras sem licitação. Mas o resultado foi de que a obra deveria ser licitada. O Aquário acumula gasto de R$ 230 milhões.

 

Vidro trincado na parte externa do Aquário (Foto: Paulo Francis)
Vidro trincado na parte externa do Aquário (Foto: Paulo Francis)
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