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Capital

Apreensão de cocaína em Santos consolidou investigações de quadrilha

Rafael Ribeiro e Marcus Moura | 28/03/2017 13:07
Avião da quadrilha apreendido pela PF em Londrina (PR) durante a operação (Foto: Divulgação/PF)
Avião da quadrilha apreendido pela PF em Londrina (PR) durante a operação (Foto: Divulgação/PF)
Agentes da PF recolhem objetos apreendidos nesta manhã (Foto: André Bittar)
Agentes da PF recolhem objetos apreendidos nesta manhã (Foto: André Bittar)

A apreensão de 500kg de cocaína pura, sem batismo, na região do porto de Santos (litoral de SP) em abril de 2016 foi o ponto que culminou no início das investigações da Operação All In da Polícia Federal, responsável por desmantelar uma quadrilha milionária de tráfico internacional de drogas, nesta terça-feira (28), em Mato Grosso do Sul.

Segundo o delegado Cléo Mazzotti, da PF, o genro de Gerson Palermo, 59 anos, apontado como líder do bando, foi preso em Santos tentando promover o envio por navio da droga para a Europa e África.

Palermo é um dos traficantes mais audaciosos do Brasil. Em 2000 sequestrou um avião comercial durante voo de Foz do Iguaçu (PR) para São Luís (MA) e durante a década foi líder do PCC (Primeiro Comando da Capital) nos presídios sul-mato-grossenses.

Segundo a PF, o esquema da quadrilha não abastecia diretamente consumidores, mas sim revendedores da droga. Elas chegavam da Bolívia no aeródromo clandestino estourado nesta manhã pelos agentes em Corumbá (a 419km de Campo Grande), através dos seis aviões apreendidos.


Só depois seguiriam para outros estados, quase sempre São Paulo, por transporte terrestre. Em um desses transportes, outros 300 kg de cocaína foram apreendidos em setembro do ano passado.


Segundo a investigação federal, cidades do Paraná, como Londrina, Campina da Lagoa e Ibiporã, também eram usadas como apoio na distribuição da droga. Aviões também foram apreendidos pelos agentes nestas cidades.


Para Mazzotti, os R$ 7,5 milhões de patrimônio apreendidos mostram que o bando faturava alto com a operação. “A cocaína era de qualidade alta, coisa fina, e eles cobravam caro por não diluíam”, disse.


Além dos bens, os acusados levavam um estilo de vida luxuoso, com viagens constantes, carros caros, casas chamativas e bens de consumo de última geração.

O caso - A ação da PF (Polícia Federal), deflagrada nesta terça-feira (dia 28), cumpre 50 mandados judiciais, sendo 18 ordem de prisão cautelar, 25 mandados de busca e apreensão e sete mandados de condução coercitiva em 14 cidades.

Também serão apreendidas seis aeronaves, cinco imóveis, incluindo um aeródromo, bloqueio de valores em 68 contas correntes e de 35 veículos adquiridos por meio de práticas criminosas.

A droga chegava ao Brasil por aeronaves e, posteriormente, era distribuída na região Sudeste por via terrestre. No decorrer das investigações, três integrantes do grupo foram presos com mais de 800 quilos de cocaína originária da Bolívia. A operação conta com 150 policiais federais.

All In é uma jogada típica do poker em que a pessoa aposta todas as suas fichas em uma mão de cartas. O nome faz alusão à forma impetuosa com que a organização desenvolve suas atividades, arriscando-se no transporte de grandes carregamentos de entorpecentes.

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