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Capital

Capitão é preso por desobediência depois de denunciar homofobia na PM

Oficial recebeu voz de prisão após discussão com coronel no Comando-Geral da PM, em Campo Grande

Anahi Zurutuza e Jhefferson Gamarra | 08/07/2021 17:26
Advogado do PM, Anderson Yamada, em breve entrevista em frente à Corregedoria (Foto: Paulo Francis)
Advogado do PM, Anderson Yamada, em breve entrevista em frente à Corregedoria (Foto: Paulo Francis)

Preso na tarde desta quinta-feira (8) após discussão com coronel da PMMS (Polícia Militar de Mato Grosso do Sul), o capitão Felipe dos Santos Joseph alega estar sendo perseguido e vítima de homofobia dentro da corporação. Ele foi levado até a Corregedoria da PM para prestar depoimento e depois da autuação em flagrante por desobediência, será transferido para o Presídio Militar, no Complexo Penal de Campo Grande.

Policial militar desde 2009, o capitão trabalha no Comando-Geral, local onde tudo aconteceu nesta tarde. Logo depois de receber voz de prisão, ele avisou o Campo Grande News, mas não pôde dar mais qualquer detalhe do ocorrido. "Estou sendo preso".

Felipe Joseph, quando era tenente e comandava a Ciptran (Companhia Independente de Policiamento de Trânsito) (Foto: Campo Grande News/Arquivo)
Felipe Joseph, quando era tenente e comandava a Ciptran (Companhia Independente de Policiamento de Trânsito) (Foto: Campo Grande News/Arquivo)

As informações foram dadas pelo advogado do PM, Anderson Yamada, em frente à sede da Corregedoria. “Não foi algemado, mas foi ‘amordaçado’ pra não falar com a imprensa”, afirmou o defensor sobre o fato do cliente ter sido proibido de sair do prédio para dar sua versão à equipe.

Nem o advogado tem detalhes do contexto do debate entre capitão e coronel. Sabe apenas que há algum tempo, o cliente vinha denunciando situações homofóbicas vivenciadas na corporação e que nesta quinta-feira, o superior decidiu tirar satisfação sobre denúncia feita ao MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul).

O capitão se recusou a falar sobre o assunto na frente de outros militares, colegas de trabalho. Por isso, segundo o advogado, o coronel lhe deu voz de prisão.

Na Corregedoria, a reportagem foi informada que só a assessoria de comunicação poderia dar posicionamento.

Por meio de nota, a PMMS informou que "a prisão do referido oficial aconteceu em decorrência da negativa do mesmo em cumprir uma ordem legal e clara, emanada por um superior hierárquico, durante ato de serviço".

Ainda de acordo com a coporação, o artigo 163 do Código Penal Militar prevê punição para o servidor que "desobedecer a ordem do superior sobre assunto ou matéria de serviço, ou relativamente a dever imposto em lei, regulamento ou instrução".

As circunstâncias do ocorrido serão apuradas através de Inquérito Policial Militar.

*Matéria alterada para inclusão do posicionamento da PM às 17h56.

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