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Capital

Catadores se recusam a participar de cadastramento no lixão

Gabriel Neris e Helton Verão | 14/11/2012 18:55
Trabalhadores prometem protestar em frente ao lixão se não houver proposta (Foto: Rodrigo Pazinato)
Trabalhadores prometem protestar em frente ao lixão se não houver proposta (Foto: Rodrigo Pazinato)

Catadores do lixão localizado no bairro Dom Antônio Barbosa, em Campo Grande, estão se recusando a participar do cadastramento para participar da cooperativa de reciclagem a ser instalada como parte da licitação para gestão do lixo em Campo Grande pelo consórcio Solurb CG. A presença dos trabalhadores no local será vetada a partir da próxima quarta-feira (21).

O Consórcio Solurb CG, que ganhou a licitação municipal, foi representado superintendente Elcio Terra durante conversa com os trabalhadores na tarde de hoje (14). Os catadores questionam a forma que serão deslocados para a cooperativa de reciclagem.

A promessa é que a usina de reciclagem esteja funcionando já no mês de janeiro, porém os catadores desconfiam que não haja tempo hábil. Os trabalhadores prometem não efetuar o cadastro, que vai até amanhã, enquanto não receberem uma proposta concreta da empresa.

Para tentar resolver a situação, os catadores irão se reunir no início da tarde de amanhã com Elcio Terra. Os trabalhadores também argumentam que só irão trabalhar com reciclados, e não em outras funções.

Seis guardas municipais e dois policiais militares estavam hoje na entrada do lixão para evitar qualquer tipo de manifestação ofensiva contra o representante da empresa. O vice-presidente da Associação de Catadores de Material Reciclável de Mato Grosso do Sul, Sérgio Rodrigues, 32 anos, afirma que o dia de barrar a entrada dos catadores está próximo e a obra onde os catadores irão trabalhar está parada. “Não vamos fazer nenhum cadastro enquanto tiver algo concreto”, conta Sérgio.

O vice-presidente da associação diz que se não houver acordo, os catadores irão fazer protesto em frente a entrada do lixão. “Campo Grande não está conscientizada sobre a coleta”, argumenta.

O superintendente do Consórcio afirmou hoje que outros serviços serão oferecidos aos trabalhadores. “Para quem não quiser participar da cooperativa será oferecida a oportunidade de participar de outros serviços, receber cursos de capacitação de pintura e varredura, por exemplo”.

A prefeitura e a empresa garantem que a usina estará em funcionamento até a desativação do lixão. O investimento no primeiro ano é de R$ 45 milhões, sendo que o lucro que a empresa deve obter em 25 anos é estimado em R$ 1,3 bilhão.

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