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Capital

"Cenário perturbador", descreve delegada sobre mulher morta a facadas na Capital

Vítima de feminicídio pode ter morrido enquanto dormia; polícia tenta excluir hipótese de terceiro envolvido

Guilherme Correia e Dayene Paz | 22/12/2022 15:41
A delegada Marianne Cristine de Souza, da Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher). (Foto: Marcos Maluf)
A delegada Marianne Cristine de Souza, da Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher). (Foto: Marcos Maluf)

A delegada Marianne Cristine de Souza descreveu a cena em que a vítima de feminicídio Claudia Franciele Cabreira Pereira, de 28 anos, foi encontrada em uma casa na Rua Pindaré, no Jardim Colúmbia, em Campo Grande, como um “cenário perturbador”.

Polícia Civil também investiga a morte de Kaio Vinicius Silva Maciel Gavioli, 32, vítima de acidente de trânsito de rodovia. Uma das hipóteses é que ele tenha assassinado a esposa.

A residência estava com manchas, pegadas e respingos de sangue, segundo a delegada. Pela posição do corpo, a investigação concluiu que ela foi morta na cama e, pela falta de sinais, não houve resistência. “Não há indícios de que ela andou pela casa e provavelmente as pegadas são dele. A possibilidade é que foi atingida dormindo”.

O caso - Dois boletins de ocorrência foram registrados - o primeiro, de morte a esclarecer, trata sobre a morte de Kaio, vítima após sofrer acidente em rodovia. Ele pilotava uma motocicleta que era da sogra e pode ter sido suicídio ou acidente de trânsito.

Além da colisão com uma carreta, ele foi encontrado com 18 perfurações no corpo, descritas pela delegada como “superficiais”. Em seu bolso, havia um documento de Cláudia e um molho de chaves, utilizado pelos policiais para entrar na residência e verificar o corpo.

“Agora o trabalho pericial será nos dois locais e nos corpos para determinar se a lesão dele foi feita por ele mesmo ou um terceiro”, afirma Souza. “Mas há probabilidades, sim, de que ele tenha primeiro matado ela e tentado se matar com as facadas, aí ocorreu o acidente”, completa.

Sobre os ferimentos, a delegada diz que não há indícios de que tenham sido feitos pela esposa, que não possui sinais de que tentou se defender.

A delegada comenta que vai apurar se houve briga prévia entre o casal, mas garante que “nenhuma hipótese foi descartada”.

Na casa, foram encontradas receita de medicamentos controlados e três remédios para depressão. Entretanto, somente o exame poderá identificar se havia uso dos mesmos. O casal não possuía registro de ocorrências de violência doméstica.

Segundo Souza, não há indícios de que uma terceira pessoa tenha entrado na casa em que Cláudia foi encontrada morta. “Não tinha sinais de arrombamento, a casa estava trancada com chave e, por isso, estamos analisando as câmeras”.

Outro detalhe do crime é que a arma utilizada se assemelha com uma adaga, de ponta bem fina. A faca foi recolhida e não se sabe se foi utilizada nas duas vítimas ou só no homem.

A Polícia Civil tem dez dias para concluir o inquérito e o depoimento de familiares deverá ser colhido ao longo dos dias.

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