Centro militar afasta instrutor denunciado por abusar de adolescentes
As denúncias aconteceram após uma das vítimas relatar os abusos à mãe e à tia, que procuraram a DEPCA

Instrutor de centro de treinamento militar foi afastado das funções, em Campo Grande, após denúncias de abuso feitas por duas alunas de 12 anos. O desligamento ocorreu nesta terça-feira (10), após as mães das adolescentes registrarem boletins de ocorrência no fim da tarde de ontem, relatando episódios de comportamento abusivo durante atividades conduzidas pelo profissional na instituição.
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Instrutor de centro de treinamento militar em Campo Grande é afastado após denúncias de abuso sexual por alunas de 12 anos. Duas mães registraram boletins de ocorrência relatando episódios de comportamento abusivo do profissional durante as atividades na instituição. A escola afirma ter tomado providências imediatas e está oferecendo apoio psicológico às vítimas e suas famílias. O caso está sendo investigado internamente e pelas autoridades policiais. As denúncias vieram à tona após uma das vítimas relatar os abusos à mãe e à tia, que procuraram a Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente (DEPCA). Segundo os relatos, o instrutor aproveitava as aulas práticas para tocar os seios das alunas. Outras estudantes também teriam sofrido abusos. A Polícia Civil mantém sigilo sobre o caso.
Em nota oficial, a direção da escola repudiou "veementemente qualquer forma de assédio, violência ou desrespeito no ambiente escolar, destacando que a integridade física, emocional e psicológica dos estudantes é uma prioridade absoluta". A instituição afirmou que, diante da gravidade, "adotou com máxima urgência todas as providências cabíveis", incluindo o imediato afastamento do instrutor denunciado.
A direção ainda informou que as alunas envolvidas e suas famílias estão sendo acolhidas individualmente, com a oferta de apoio psicológico e suporte institucional. O caso está sendo apurado internamente e também será acompanhado pelas autoridades policiais competentes.
Ainda na nota, "a escola reforçou seu compromisso com a segurança e o bem-estar dos alunos", garantindo que nenhuma conduta incompatível com os valores educacionais será tolerada.
Entenda – O caso veio à tona após a mãe e a tia de uma das adolescentes procurarem a DEPCA (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente) e registrar boletim de ocorrência contra o instrutor.
Segundo as mulheres, a criança decidiu contar o que havia acontecido após ouvir relatos semelhantes de colegas de turma. Os abusos teriam ocorrido durante o período de internato e, de acordo com a família, foram comunicados à direção da escola, mas nenhuma providência foi tomada.
Uma das vítimas começou as atividades no local no semestre passado. Segundo a tia dela, auxiliar de vendas, 35 anos, o profissional aproveitava os momentos de aulas práticas para passar a mão nos seios da menina.
“A princípio ela achou que teria sido sem querer, mas depois foi acontecendo diversas vezes. Ao conversar com as colegas de classe, as garotas também relataram os abusos. Ela contou ontem e hoje decidimos ir na delegacia”, explicou a mulher.
A mãe da mesma menina, 30 anos, contou que a filha relatou que durante as aulas, o treinador ficava muito próximo das alunas. “Quando ia dar instrução apoiava a mão no peito dela, propositalmente, puxava pela cintura. Minha filha falou que tentava tirar a mão e ele não tirava. As meninas relataram que o jeito dele agir é o mesmo. As outras três vítimas não sabemos se contou para os pais”, disse a mulher.
A vítima contou que decidiu relatar os fatos a mãe a tia após se sentir incomodada com o comportamento do instrutor. “Ele me dá aula desde o ano passado, mas foi esse ano que os abusos começaram”, disse.
Segundo a jovem, o objetivo do centro de treinamento é formar adolescentes que querem seguir carreira militar. No local é oferecidas aulas de reforço, português, matemática, inglês e também treinamento para quem quer passar em concurso. “Tem o TFM (Treinamento de Formação Militar) basicamente o que tem no Exército, só que mais leve”.
Questionada sobre a denúncia, a assessoria de imprensa da Polícia Civil informou que ocorrências que envolvam crianças e adolescentes seguem em sigilo.
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