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Capital

CGU cobra explicações da Prefeitura por obras do Bálsamo e Segredo

Flávio Paes | 24/09/2015 19:40
Trecho final do prolongamento da Avenida Rita Vieira, onde houve remoção de famílias (Foto:Divulgação
Trecho final do prolongamento da Avenida Rita Vieira, onde houve remoção de famílias (Foto:Divulgação

A prefeitura de Campo Grande terá de dar explicações a CGU (Controladoria Geral da União), sobre a interrupção das obras dos Parques Lineares do Balsamo e Segredo, iniciadas há mais de três anos e que ao longo deste tempo foram retomadas e interrompidas em seguida pelo menos quatro vezes. São mais de R$ 37 milhões, recursos do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) e empréstimos contratados junto à Caixa Econômica (inclusive R$ 8 milhões da contrapartida), há pelo menos um ano a disposição da Prefeitura para conclusão destes projetos de infraestrutura. A equipe da CGU que esteve mês passado na prefeitura fazendo levantamentos, pontuou o atraso destas obras como uma questão a ser esclarecida.

As duas frentes de obras, iniciadas ainda na gestão Nelson Trad Filho, estão interrompidas basicamente por duas razões, uma delas de inteira responsabilidade da prefeitura que nos últimos dois anos não consegui levantar R$ 10 milhões para indenizar os proprietários e concluir o processo de desapropriação de aproximadamente 150 imóveis localizados nos traçados das duas avenidas projetadas nos dois parques: no Bálsamo, o prolongamento da Rua Vitor Meirelles (entre a Gury Marques) e a Avenida Guaicurus) e no Segredo, a extensão da Avenida Heraclito Figueiredo, até a Rua Marques de Herval (corredor do Nova Lima) e daí até a Avenida Zulmira Borba, principal via de acesso ao bairro Vida Nova.

Durante os 15 meses de gestão o ex-prefeito Gilmar Olarte, retomou pelo menos três vezes as obras no Balsamo, prometendo resolver as pendências que emperram sua a conclusão . No trecho mais adiantado, quase 90% concluído com o prolongamento da Avenida Rita Vieira e o da Rua Victor Meirelles até a Avenida Três Barras, o serviço parou (mesmo depois do reassentamento de 21 famílias) porque até não agora foi feita a realocação de uma adutora do Lajeado para fora do traçado da nova rua. A empresa já comprou o material, mas cobra da Agência de Regulação, a garantia que o município vai ressarcir o custo deste serviço.

Neste trecho, orçado em R$ 15 milhões, já foram investidos aproximadamente R$ 12 milhões, falta ainda executar R$ 3 milhões. É uma ligação entre o macro anel (no Jardim Itamaracá) e a Avenida Gury Marques (com acesso à rodoviária) e outro eixo, abre pela Avenida Rita Vieira, uma nova ligação entre a Avenida Interlagos (em frente do Rádio Clube Campo) e a Guaicurus, criando uma opção de tráfego para desafogar a Avenida Três Barras. Nenhum metro do traçado da futura avenida foi aberto porque há 121 imóveis a serem desapropriados neste percurso, ao custo de R$ 7 milhões, dinheiro que prefeitura não disponibilizou.

Já no trecho do Parque Linear do Balsamo abaixo da Avenida Gury Marques, onde estão projetados investimentos no valor de R$ 20 milhões, a empreiteira só fez uma pequena parte da drenagem na travessia da Guaicuru, que desemboca no Balsamo.

Segredo No Parque Linear Segredo, a empreiteira suspendeu o serviço há dois anos porque cobra o reajuste do contrato, sob alegação que as planilhas estão defasadas, porque foram definidas em 2010. Do projeto de R$ 21 milhões, foram aplicados R$ 6 milhões, mas a empreiteira cobra um aditivo de pelo menos R$ 4 milhões.

Mesmo que a empresa decidisse retomar de imediato o serviço, haveria outro obstáculo: a prefeitura, também não conseguiu o dinheiro das desapropriações (R$ 3 milhões) para indenizar os proprietários dos imóveis que estão no traçado do prolongamento da Avenida Heraclito Figueiredo, de onde já foram mais 120 famílias da Favela Portelinha,reassentados num residencial construído na região.

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