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Capital

Chargista é sepultado uma semana depois de corpo ser descoberto em malas

"É uma ferida que nunca vai fechar", diz família durante última despedida nesta tarde

Ana Paula Chuva e Marcos Rivany | 01/12/2020 15:57
Família e amigos do chargista no último adeus. (Foto: Paulo Francis)
Família e amigos do chargista no último adeus. (Foto: Paulo Francis)

A imagem triste do tempo chuvoso refletia o sentimento da família e amigos do chargista Marcos Antônio Rosa Borges, 54 anos, durante o velório que aconteceu nesta terça-feira (1°), uma semana depois da descoberta do corpo, que foi esfaqueado, esquartejado, colocado em malas e queimado.

Na última despedida desta tarde,  entre os olhares de tristeza, chamava a atenção o do filho Kelvis Antônio Borges que, abalado ele encarava o caixão fechado lembrando a forma brutal do crime com que Marcos foi morto.

De acordo com a esposa de Kelvis e nora do chargista, a jornalista Camila Farias, família nem sabia da existência da massagista e assassina Clarice Silvestre até o crime. Ela foi a única que aceitou conversar com a reportagem por alguns instantes.

 "Ninguém sabia da existência dela, mas ele [Kelvis] tinha a senha do pai, entrou um dia e achou uma foto deles começou a desconfiar, mas não tinha nada escrito", contou.

Camila falou em nome da família, que estava muito fragilizada com o crime brutal. "É uma ferida que nunca vai se fechar. Pelo jeito brutal que tudo aconteceu. Ele não era um cara de briga. Nunca vi ele gritando", disse emocionada.

Assim como na missa de 7º dia, a nora e o restante da família vestiam a camiseta com a charge do rosto de Marcos e o agradecimento ao artista que ele foi. "Ele era extremamente bem humorado, feliz e muito amigo do filho. É bárbaro demais o que aconteceu", continuou Camila.

Ainda conforme Camila, os pais do chargista continuam sem saber a forma como o crime aconteceu. Por isso a família evita ligar a televisão para que não vejam o noticiário.

"A gente espera que ela continue presa. Não estamos ligando a TV para que os pais dele não vejam como o crime bárbaro aconteceu", finalizou a jornalista.

O corpo de Marcos está sendo velado na Capela do Jardim das Palmeiras e será enterrado no local, quatro dias após a missa de sétimo dia.

Camiseta usada pela família. (Foto: Paulo Francis)
Camiseta usada pela família. (Foto: Paulo Francis)

Desaparecimento e morte – Marcos Antônio estava desaparecido desde o dia 21 de novembro e sua busca mobilizou a polícia e centenas de pessoas através das redes sociais. Contudo, o corpo da vítima foi encontrado três dias depois, terça-feira (24), dentro de duas malas carbonizadas, que estavam em um terreno no bairro Corcovado.

No mesmo dia pela manhã, a assassina Clarice Silvestre, se apresentou à Polícia Militar de São Gabriel do Oeste e confessou o crime. O crime aconteceu por volta das 8h20 do sábado (21), após discussão na casa dela, no bairro Monte Castelo.

À polícia, a massagista contou que tinha relacionamento há 9 meses com Marco Antônio, mas que ele não queria torná-lo público. A discussão começou quando viu uma foto no celular dele, com outra mulher. Ela contou ter sido agredida com 2 tapas e o empurrou da escada. Depois, quando o chargista ainda estava atordoado, o esfaqueou.

Depois de ter matado o chargista, de manhã, Clarice foi para um bar. Após o almoço, Clarice saiu para comprar materiais para esquartejar a vítima voltou para casa com facas, luvas, sacos de lixo e água sanitária para limpar o local.

Por volta das 18h, João Victor Silvestre de Azevedo Leite, 21 anos, filho de Clarice, foi até a casa dela, no Monte Castelo, ajudar a esquartejar a vítima. Às 19h30, o corpo de Marco, dentro de três malas, foi levado para a casa de João Victor, no Jardim Tarumã. Depois, foi levado para terreno baldio, no Jardim Corcovado, e queimado.

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