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Capital

Rastro de sangue vai mostrar dinâmica de crime na casa de massagista

A olho nu, casa de Clarice Silvestre está limpa, mas luminol mostrou sangue em vários pontos

Anahi Zurutuza e Mirian Machado | 27/11/2020 11:47
Policiais e integrantes da perícia em frente à casa de Clarice Silvestre de Azevedo, onde chargista foi assassinado (Foto: Paulo Francis)
Policiais e integrantes da perícia em frente à casa de Clarice Silvestre de Azevedo, onde chargista foi assassinado (Foto: Paulo Francis)

A olho nu, a casa da massagista Clarice Silvestre de Azevedo, de 44 anos, assassina confessa do chargista Marco Antônio Rosa Borges, 54 anos, está limpa. Mas, na noite de ontem (26), testes feitos com luminol, reagente que indica a presença manchas de sangue mesmo que tenha havido limpeza, mostraram marcas do fluído corporal em vários pontos da residência.

De acordo com o delegado Carlos Delano, o rastro de sangue ajudará a polícia a traçar a dinâmica do crime e verificar se “tudo bate” com a versão de Clarice sobre o que aconteceu na manhã daquele sábado, 21 de novembro.

“A investigação não depende do laudo, que deve ficar pronto em até 30 dias, mas a perícia vai ajuda a deduzir hipóteses para conduzir a apuração e confrontar a versão da investigada”, detalhou o responsável pela investigação.

Delegado Carlos Delano durante coletiva de imprensa na manhã dessa quinta-feira (26) (Foto: Marcos Maluf)
Delegado Carlos Delano durante coletiva de imprensa na manhã dessa quinta-feira (26) (Foto: Marcos Maluf)

A perícia também fez buscas com o luminol na casa do filho de Clarice, João Victor Silvestre de Azevedo Leite, de 21 anos, e no carro de aplicativo usado para transportar as malas onde estavam o corpo esquartejado do chargista até o local da desova. A substância provoca uma reação chamada quimiluminescência, que faz a marca de sangue "brilhar" no escuro, por isso, todo o trabalho foi feito ontem à noite.

Confissão – À polícia, Clarice contou que era por volta das 8h20, quando ela empurrou Marco da escada após levar dois tapas no rosto. A casa localizada na Rua Padre João Crippa, no Bairro Monte Castelo, em Campo Grande, aparentemente é térrea, pelo menos para quem vê a fachada pelo lado de fora. Segundo o delegado, contudo, realmente há uma escada no local, que dá para uma suíte, quarto com banheiro.

De acordo com Clarice, ao ser empurrado da escada, Marco caiu e bateu a cabeça. Atordoado devido à pancada, mas ainda consciente, segundo a assassina, ela o esfaqueou até a morte.

Chegada de Clarice Silvestre de Azevedo a delegacia em Campo Grande, na noite do dia 24 de novembro(Foto: Paulo Francis/Arquivo)
Chegada de Clarice Silvestre de Azevedo a delegacia em Campo Grande, na noite do dia 24 de novembro(Foto: Paulo Francis/Arquivo)

Ainda conforme relatou, depois de cometer o crime, ela foi para um bar e após o almoço, Clarice saiu para comprar materiais para esquartejar a vítima. Ela voltou para casa com facas, luvas, sacos de lixo e água sanitária para limpar o local.

Por volta das 18h, João Victor Silvestre de Azevedo Leite, filho de Clarice, foi até a casa dela, no Monte Castelo, para ajudar a esquartejar a vítima. Às 19h30, o corpo de Marco, dentro de três malas, foi levado para a casa do rapaz, no Jardim Tarumã.

Clarice então contratou corrida em aplicativo para fazer o transporte do corpo. A motorista, conhecida da assassina, disse que recebeu R$ 70 pelo serviço. A autora disse para a condutora que nas malas havia roupas para doação.

As malas ficaram na casa de João Victor até às 3h de domingo (22). Mãe e filho desovaram os restos mortais no quintal de uma casa desocupada, na mesma região. João Victor foi levado à delegacia, confessou ter participado no crime, mas como não havia flagrante e nem mandado de prisão, foi solto. Clarice permanece presa.

Fuga – Antes de se entregar em Batalhão da PM (Polícia Militar) de São Gabriel do Oeste, a fuga de Clarice foi pela BR-163. Ela contou à polícia que pediu carona para caminhoneiros para chegar até Coxim, onde foi se despedir de suas filhas.

Marco Antônio Rosa Borges, que foi morto a facadas, esquartejado e queimado, e massagista, que confessou o homicídio (Foto: Reprodução/Facebook)
Marco Antônio Rosa Borges, que foi morto a facadas, esquartejado e queimado, e massagista, que confessou o homicídio (Foto: Reprodução/Facebook)


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