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Capital

Com superlotação em UTI, 40% dos pacientes atendidos na Capital são de fora

Campo Grande sempre atendeu pacientes de fora mas índice cresceu ao longo das últimas semanas

Guilherme Correia | 02/06/2021 09:17
Internado em leito de UTI, paciente infectado com covid-19 recebe atendimento médico (Foto: Reprodução)
Internado em leito de UTI, paciente infectado com covid-19 recebe atendimento médico (Foto: Reprodução)

Ao longo de toda a pandemia, cerca de 20% dos pacientes que faleceram em Campo Grande eram de fora da cidade. Nas últimas semanas, o índice cresceu, e pessoas de outras cidades representam, atualmente, aproximadamente 40% de internados em leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva).

Na prática, isso tem feito com que haja superlotação de leitos - conforme boletim estadual, há 7% de hospitalizados sendo atendidos acima da capacidade oficial, já que o mesmo documento aponta que não há vagas disponíveis.

Além disso, isso faz com que pacientes que precisem de atendimento para qualquer agravo de saúde fiquem reféns da abertura de leitos. São pelo menos 150 pessoas, que moram nos municípios da macrorregião de saúde de Campo Grande, esperando vaga.

Levantamento feito com base em dados da SES (Secretaria Estadual de Saúde) indica que aproximadamente um a cada cinco óbitos que aconteceram em Campo Grande eram de pacientes de fora, que vinham sendo tratados aqui. Dos 3.512 registros de óbitos cuja notificação foi atribuída à Capital - portanto, pessoas que foram vitimadas em território campo-grandense - ao menos 703 eram de pessoas que moravam fora da cidade.

Conforme apurou a reportagem junto a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde Pública), na última semana cerca de 40% dos pacientes sendo atendidos em leitos de terapia intensiva de Campo Grande são de fora da cidade.

A análise realizada pela pasta nos principais hospitais públicos constatou que os, em média, dois a cada cinco vagas de leitos de UTI existentes são ocupadas por pacientes do interior e até de fora de Mato Grosso do Sul, o que explicaria a alta taxa de ocupação. O levantamento leva em consideração o período de 22 a 28 de maio. Antes da pandemia, havia 116 leitos de terapia intensiva, que foram para 338 com as ações feitas pelo município, em leitos contratualizados na rede pública, privada e filantrópica.

Uma série de municípios sul-mato-grossenses tiveram de regular pacientes a hospitais campo-grandenses, como Dois Irmãos do Buriti (14), Guia Lopes da Laguna (21), Rio Verde de Mato Grosso (21) e Sidrolândia (27), por exemplo. Além disso, há registros de pacientes de cidades de fora do Estado, como Vilhena (RO), Alvorada (TO), Contagem (MG), Florianópolis (SC), Itiquira (MT), Machadinho D'Oeste (RO), Sorocaba (SP) e Taquara (RS).

Pandemia - Boletim epidemiológico publicado nesta terça-feira (1º) registrou mais de 1,9 mil infectados por e 52 óbitos em Mato Grosso do Sul, dos quais metade (26) tinham menos de 60 anos. Todas as macrorregiões de saúde estão com seus hospitais lotados - Campo Grande (107%),  inclusive, opera com pacientes acima da capacidade.

Em toda a pandemia, conforme dados da SES, mais de 292,6 mil sul-mato-grossenses tiveram covid, das quais 6.867 foram mortas pela doença. Por ora, as recomendações para prevenção à covid são:

  • Uso de máscaras adequadas, como as PFF2 (que podem ser compradas em lojas de material de construção), ou até mesmo duas máscaras caseiras ou cirúrgicas sobrepostas.
  • Distanciamento social, o máximo que puder ser feito, e evitar espaços que não sejam ventilados adequadamente.
  • Higiene adequada das mãos, utilizando álcool em gel 70% ou água e sabão.
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