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Capital

Com tempo seco e baixa umidade do ar, queimadas se alastram pela Capital

Viviane Oliveira e Flávia Lima | 02/08/2015 16:35
Terreno ao lado da casa de Cíntia pegando fogo. (Foto: Fernando Antunes)
Terreno ao lado da casa de Cíntia pegando fogo. (Foto: Fernando Antunes)
Cíntia mostra o terreno vazio que a vizinhança usa para atear fogo em lixo.  (Foto: Fernando Antunes)
Cíntia mostra o terreno vazio que a vizinhança usa para atear fogo em lixo. (Foto: Fernando Antunes)

A semana deve começar com tempo seco, ensolarado e umidade relativa do ar em torno de 20%, ou seja, 40% abaixo do ideal para a saúde humana, que é de 60%. A combinação é propicia para o surgimento de incêndios em áreas de vegetação e terrenos baldios. Além disso, é nesta época do ano que aumenta o número, principalmente de crianças e idosos gripados ou com problemas respiratórios.

A vendedora Cíntia de Souza, que mora no Bairro Santa Emília, conta que nos últimos dias a filha, Maria Paula, 8 anos, tem sofrido com o tempo seco e a fumaça causada por incêndios na região. “A gente mora em frente ao um terreno vazio e aqui os vizinhos tem o hábito de ater fogo no lixo”, reclama.

Segundo a moradora, na semana passada a filha passou mal com sangramento no nariz e teve que ser levada ao posto de saúde. “A fuligem acaba entrado no interior da casa”, lamenta. Cíntia mora há 1 ano no local e diz que nesse período a prefeitura fez apenas uma limpeza na área.

O motorista Sebastião Soares já se acostumou com o fumaceiro e diz que a prática de atear fogo no bairro se tornou corriqueira. Ele é pago para fazer a limpeza de um terreno, que fica ao lado da casa dele, mas mesmo assim a vizinhança não perdoa. “Eu faço a limpeza e junto os galhos e as folhagens, mas antes de procurar o destino correto, alguém vem e coloca fogo”, diz.

Fogo se alastra rapidamente em vegetação do Bairro Rita Vieira. (Foto: Maiara Shiroma - Direto das Ruas)
Fogo se alastra rapidamente em vegetação do Bairro Rita Vieira. (Foto: Maiara Shiroma - Direto das Ruas)
Vizinhos tentam conter o fogo em um terreno da Rua Rotterdan.  (Foto: Zenilde Reis - Direto das Ruas)
Vizinhos tentam conter o fogo em um terreno da Rua Rotterdan. (Foto: Zenilde Reis - Direto das Ruas)

A maioria dos incêndios registrados na cidade foi causada por alguém. Com o tempo seco, baixa umidade e vento, o fogo se propaga rapidamente e pode resultar em tragédia. Hoje, por exemplo, o Corpo de Bombeiros registrou vários incêndios na cidade. Na Rua Rotterdan, no Bairro Rita Vieira, os moradores tentaram conter o fogo em um terreno vazio até a chegada do Corpo de Bombeiros.

Também foram registrados fogo no mato na BR-262, no Jardim Carioca, na Rua Conde do Boa Vista com Saint Romain, no Bairro Tijuca, na Avenida Günter Hans com a Brilhante e na região do Aeroporto, no Jardim Imã. Cerca de 10 hectares em uma chácara atrás da UCDB (Universidade Católica Dom Bosco) foram destruídos pelo fogo nesta tarde.

Inverno com cara de verão - De acordo com o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), no norte do Mato Grosso do Sul a umidade pode ficar abaixo de 20%. Na quarta-feira, a alta pressão de bloqueio se desconfigura e permite a chegada de um pouco de nebulosidade transitória pelo Estado. A umidade continua baixa, mas um pouco melhor que o dia anterior. Na quinta-feira, a nebulosidade volta a diminuir à medida que a alta pressão de bloqueio começa a se regenerar. A previsão é de temperatura alta para todo Mato Grosso do Sul.

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