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Capital

Conselho nega que tenha constatado maus-tratos contra criança de 2 anos

Conselheira afirma que equipe chegou a ir duas vezes na casa onde menina morava com a mãe e o padrasto

Ana Paula Chuva e Ana Beatriz Rodrigues | 27/01/2023 15:03
Vânia Nogueira durante entrevista ao Campo Grande News nesta tarde. (Foto: Alex Machado)
Vânia Nogueira durante entrevista ao Campo Grande News nesta tarde. (Foto: Alex Machado)

Conselheira tutelar Vânia Nogueira, 62 anos, nega que os maus-tratos contra a menina de 2 anos, morta nesta quinta-feira (26), tenham sido comprovados quando o pai registrou boletim de ocorrência. Além disso, ela afirma que o caso nunca foi encaminhado à Justiça pelo órgão. O crime aconteceu na noite de ontem, a mãe Stephanie de Jesus da Silva e o padrasto Christian Campoçano Leitheim da vítima foram presos.

Ao Campo Grande News, a responsável pelo Conselho Tutelar da região norte explicou que em fevereiro de 2022 o pai da menina foi até o local com um boletim de ocorrência de maus-tratos e chegou a mostrar fotos da casa onde a família morava completamente bagunçada.

“Equipe foi na casa no dia seguinte, quando chegamos não havia nada que comprovasse os maus-tratos. Em maio ele voltou e falou que queria a documentação para ir à Defensoria pedir a guarda. Nós fomos novamente na casa e não encontramos a mãe, voltamos mais um dia e deixamos recado para que ela viesse ao conselho”, declarou Vânia.

No dia 9 de maio do ano passado, Stephanie foi ao conselho junto com a filha e na ocasião, novamente, a situação de maus-tratos não foi comprovada. “A família foi encaminhada para a Assistência Social, mas em julho quando a mãe foi novamente procurada, ela não foi mais encontrada. Com isso, o caso se perdeu”, disse a conselheira.

Vânia explicou ainda que nunca foi feito, pelo Conselho Tutelar, encaminhamento do caso à Justiça. Além disso, os 30 atendimentos médicos que a menina teria passado nunca chegaram ao órgão e se o pai tivesse indicado o novo endereço da mulher talvez o caso não tivesse sido perdido.

“Não é obrigação do Conselho tirar a criança da mãe. Fomos na casa não encontramos maus-tratos. O pai falou sobre exame de corpo de delito, mas nunca apresentou aqui a documentação. Os 30 atendimentos médicos também nunca chegaram no conselho. Não dá para bater no Conselho se a família não traz a situação”, explicou Vânia.

Ainda conforme a conselheira, a bebê de 7 meses do casal está com a avó paterna, e a avó materna também procurou o órgão para pedir a guarda da menina. Já o filho mais velho de Christian ela não sabe com quem está e acredita que ele esteja com a mãe.

Casa onde criança morava com o padrasto e a mãe na Vila Nasser. (Foto: Henrique Kawaminami)
Casa onde criança morava com o padrasto e a mãe na Vila Nasser. (Foto: Henrique Kawaminami)

O crime - A criança foi morta na tarde de ontem. Ela morava com a mãe o padrasto na Vila Nasser, na saída para Rochedinho. O casal tinha outras duas crianças. A reportagem esteve esta manhã no local e ouviu relatos de vizinhos de que era comum choro de crianças na residência. Conforme moradores, ontem à noite havia movimentação de festa na casa.

A mãe havia saído no meio da tarde com a criança indicando estar desacordada. No posto de saúde constatou-se que ela já chegou sem vida. O casal foi preso em flagrante. Além do homicídio qualificado, a polícia vai investigar se a menina sofreu algum abuso sexual. O delegado que registrou a ocorrência informou que o padrasto disse que corrigia a criança com socos e tapas, fato que teria se repetido três dias antes. O caso é investigado pela DEPCA (Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente).

Stephanie e Christian foram presos em flagrante pelo homicídio qualificado. (Foto: Reprodução)
Stephanie e Christian foram presos em flagrante pelo homicídio qualificado. (Foto: Reprodução)


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