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Capital

Consulta com neurologista tem 4 mil na fila e espera de 8 anos, aponta CGU

Aline dos Santos | 17/12/2015 09:21
Espera por consulta com especialista penaliza campo-grandenses. (Foto: Marcos Ermínio)
Espera por consulta com especialista penaliza campo-grandenses. (Foto: Marcos Ermínio)

Com três médicos, a espera pela primeira consulta com neurologista pode chegar há oito anos na rede pública de saúde de Campo Grande. A constatação foi feita em fiscalização da CGU (Controladoria-Geral da União). A demanda é de 4.546 pacientes.

Com base em relatório do Sisreg (Sistema de Regulação) da prefeitura, relativo ao período entre 25 e 30 de junho deste ano, “verificou-se que o tempo de espera para primeira consulta pode perdurar por mais de dois anos para Neurocirurgia e por cerca de oito anos para Neurologia”.

A espera de 2.914 dias para consulta com neurologista foi o maior prazo verificado, contudo, mais especialidades penaliza os campo-grandenses. Para a primeira consulta na área de psiquiatria pediátrica, a espera chega a 662 dias.

O imobilismo do poder público sobre o drama dos pacientes também ganha destaque no relatório da CGU. “Apesar de o município possuir a informação do Sistema SISREG, com a situação da fila de espera para os procedimentos especializados, não foram identificados mecanismos, ou registros de atuação imediata para responder às necessidades da população pelos serviços de saúde”, informa.

No caso da neurologia, não foram identificadas atuações no sentido de suprimir o reduzido número de profissionais contratados: três médicos. A controladoria solicitou informações à prefeitura, que não se manifestou.

O documento também ressalta que Campo Grande recebeu recursos federais de R$ 8,9 milhões para sistema informatizado de regulação na área de saúde, entretanto, diante de graves irregularidades, o convênio do Gisa (Gestão de Informação em Saúde) foi rescindido em 8 de janeiro de 2015.

Ainda é apontada fragilidades na alimentação de dados no Sistema de Regulação sobre a oferta e uso dos leitos. A deficiência pode impedir que um paciente seja encaminhado a uma determinada unidade de saúde, mesmo existindo leito disponível.

A CGU concluiu que a política de regulação da prefeitura é ineficiente na supervisão da regulação da oferta de leitos hospitalares das unidades sob gestão municipal.

O relatório foi entregue ontem ao prefeito Alcides Bernal (PP) pelo chefe da CGU, José Paulo Barbiere. O documento será apresentado aos secretários na tarde desta quinta-feira. A controladoria fará coletiva amanhã sobre a fiscalização, que também revelou superfaturamento de R$ 3 milhões na compra de merenda.

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