Crise da Santa Casa foi “construída” durante gestão de Puccinelli, diz ABCG
O presidente da ABCG (Associação Beneficente de Campo Grande), Wilson Teslenco, culpa o executivo municipal, na gestão de André Puccinelli (PMDB), pelo início dos problemas enfrentados pelo o maior hospital público de Mato Grosso do Sul, hoje sob o comando de uma junta interventora.
Em entrevista a radio FM Capital nesta terça-feira (12), Wilson declarou que a crise não chegou “do nada”. É um problema que foi “construído” ao longo dos anos.
Questionado se o então prefeito de Campo Grande foi o responsável pelos problemas, o presidente da ABCG declarou: “O responsável foi o executivo municipal que não transferiu os recursos necessários para manter o hospital”.
“A crise foi construída quando se retinha lá trás grandes valores mensais”, disse, ao relembrar da época em que o pronto socorro do hospital chegou a ser fechado. Segundo Teslenco, a suspensão do atendimento ocorreu porque “não havia recursos para atender pessoas”.
A presidência da ABCG, segundo Teslenco, aguarda agora uma posição do governo, “um passo de boa vontade do governador”, para dar início a uma parceria que foi solicitada durante reunião no mês de março.
“Ele já tem se manifestado em várias ocasiões favoráveis à devolução, contrário à intervenção, por entender que o melhor resultado seria essa parceria entre as organizações sociais e o poder público”, disse, se referindo a André Puccinelli. A ABCG, completou, espera essa transição “o mais rápido possível”.
Sobre as crises na gestão da Associação Beneficente, Wilson afirmou que a situação sempre ocorreu e que os “enfretamentos de gestão” ajudam a melhorar a administração.
“Hoje nós entendemos que fazer esse enfrentamento é a melhor coisa”, disse, acrescentando que a sociedade precisa conhecer a situação da Santa Casa e que as contas do maior hospital do Estado devem ser transparentes.
O presidente da ABCG declarou ainda que não existe “revanchismo” contra o Estado e que inclusive já propôs, em várias audiências, doar o hospital ao poder público “caso eles fossem mais competentes”.