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Capital

Defesa denuncia ameaças aos pais de padrasto que matou menina de 2 anos

Advogado de Christian Campoçano Leithein afirmou que está montando dossiê com comentários feitos na internet

Ana Paula Chuva e Dayene Paz | 09/02/2023 14:18
Christian teve a prisão preventiva decretada e foi denunciado pelo Ministério Público. (Foto: Redes Sociais)
Christian teve a prisão preventiva decretada e foi denunciado pelo Ministério Público. (Foto: Redes Sociais)

O advogado Pablo Arthur Buarque Gusmão afirmou que está montando um dossiê para registrar boletim de ocorrência contra todas as pessoas que estão ofendendo e ameaçando os pais de Christian Campoçano Leithein nas redes sociais, rapaz acusado de matar e estuprar a enteada de 2 anos e sete meses no dia 26 de janeiro deste ano.

Segundo o defensor, o rapaz e a mãe da menina Stephanie de Jesus da Silva foram denunciados pelo Ministério Público de Mato Grosso do Sul por homicídio triplamente qualificado por motivo fútil, meio cruel e pela vítima ser menor de 14 anos, além do estupro de vulnerável.

A mulher foi denunciada também pela omissão de socorro. Ela e Christian estão presos desde a data da morte. A denúncia deverá ser analisada pelo juiz da 1ª Vara do Tribunal do Júri de Campo Grande, Carlos Alberto Garcete.

Sobre a denúncia do MPMS, Pablo disse apenas que após as diligências necessárias, a defesa terá acesso e apresentará as manifestações no processo. Mas alegou que recebeu alguns questionamentos sobre a atuação no caso e alegou que, independente do crime cometido, qualquer cidadão tem o direito ao contraditório e à ampla defesa. Para isso é preciso ter um processo, os fatos devem ser apurados, as provas analisadas e então chegar ao julgamento.

No entanto, as pessoas estão sem limites nos comentários feitos nas redes sociais, por isso está sendo preparado um dossiê com todas as ofensas, calúnias, difamações e ameaçadas feitas, principalmente, contra os pais de Christian.

“Essa situação merece abordagem. Vamos registrar boletim de ocorrência e tomar todas as providências jurídicas, inclusive entrar com ações na esfera cível para reparação de danos aos pais do senhor Christian que não respondem nenhum processo, mas as pessoas estão tecendo comentários odiosos na internet”, afirmou Gusmão.

Crime - A criança morava com a mãe, padrasto e outros dois irmãos (um deles filho de Christian com a primeira esposa), na Vila Nasser. A reportagem apurou que as crianças ficavam sob os cuidados de Christian enquanto a mãe trabalhava.

Na noite de quinta-feira, Stephanie chegou ao posto de saúde com a filha já sem vida. Foi então que as médicas evidenciaram lesões pelo corpo, inclusive nas partes íntimas da criança. Também perceberam que ela estaria morta havia cerca de quatro horas.

Stephanie alegou que a menina estava passando mal desde o dia anterior, com dores na barriga, e que o padrasto batia como correção. Na data da morte, os dois afirmaram que a criança não foi agredida. Eles foram presos em flagrante.

Laudo necroscópico confirmou que a menina, vítima de maus-tratos, foi estuprada. Além disso, também apontou que a menina morreu entre as 9h e 10h daquele dia, ou seja, ela estava morta há mais de oito horas quando a mãe chegou na unidade de saúde.

A delegada Anne Karine Sanches, da DEPCA (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente), revelou que em algumas conversas encontradas nos celulares de Stephanie e Christian, eles tentavam criar história para justificar as lesões e decorrente morte da criança.

Em um dos trechos, além da fala de Christian sobre a queda no parquinho, ele ainda faz ameaças. “Ou fala a verdade e eu vou me matar; ou fala a verdade eles vão me prender”, consta. “Eles sabiam que ela estava morta e a levaram para a UPA”.

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